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Ressurreição

 
Ressurreição

Eu morri...

No dia em que te conheci eu morri.
Morri para a vida da forma como a conhecia,
E renasci, pois o que pensava ser fogo era
Uma modesta chama, lânguida como a de
Um resto de vela brigando contra o vento
Que teimava em apagar-lhe.

O que chamava de luz era um fraco crepúsculo
Em dia nublado de um meio de outono
cinza e monótono...

o calor? não conhecia, pois que os ventos do
leste sopravam sempre em minha direção
como a desrespeitar todas as leis da física...

Os palhaços eram ridículos homens fantasiados
Em trapos fedidos, pipoca e algodão doce eram
Só complemento de renda em circos sujos e
Sem graça...

Sorrisos eram mascaras ostentadas por hipócritas
Que insistiam em fingir falsa felicidade.

Minha única alegria era embriagar-me e dormir,
Por horas, na sempre constante fuga de uma vida
Que insistia em arrastar-se pelos esgotos de uma
Sociedade maldita.

Então como um milagre fez-se a luz, foste tu que
A trouxeste refletida em teus olhos, em teu sorriso
Franco... Sim !
Pela primeira vez eu via um sorriso verdadeiro,
Puro como a criação, e então se fez primavera em
Minha vida, e a vida que me mostravas era cheia de
Cores e perfume e sabores dantes nunca por mim
Experimentando...

E nesse dia eu morri,
para renascer do ventre de teu Amor,
sim foste tu quem me pariu para
viver comigo Esse abençoado incesto.

E eu um Édipo filho do amor, te adoro como Jocasta
Alguma foi adorada...

E agora ressuscitado tenho medo de morrer...

(AlexSimas)

 
Autor
Alexsimas
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