Carta de Despedida Número 06

 
Carta de Despedida Número 06

Belém, 21 de junho de 2009.

Despeço-me agora da mágoa que destrói os relacionamentos interpessoais, e, do desejo de retrucar com ardido bofete na cara cada desgosto que a vida e/ou as pessoas me dão.

Adeus a mesquinhez do ódio que tinge de vermelho os olhos e cega o ser humano ao que realmente importa na existência tão pequena dessa esfera espiritual! Que aqueles que me ofendem se apaguem na minha memória como velas que derretem sobre as lápides frias de tudo o que é sem valor!

Aceno com branco-paz aos que dizem de mim e contra mim todo tipo de coisa negativa, para que eu não lhes absorva os maus sentimentos e me torne tão cruel quanto eles.

Adeus a raiva daqueles que pisaram com força e esmagaram sob seus pés um a um dos meus mais lindos sonhos e nobres sentimentos. Sejam eles apenas poeiras que o vento do tempo levou para tão longe de mim que nem lhes recorde os semblantes.

Chega de remoer acontecimentos, atitudes e palavras! Essas coisas que ferem por dentro o peito tais flechadas que fogos e torturam a mente da gente pela ansiedade de ter permitido que assim acontecesse...

Apartem-se os desgostos aos quais fui submetida por mim mesma ou por outrem! Que eu seja como sol que - mesmo encoberto pelas nuvens coloridas no firmamento - passa altivo sobre mares de calmarias e tempestades, e, festivo volta a brilhar e esquentar a Terra a cada novo dia até que finde seu tempo...

Adeus...
 
Carta de Despedida Número 06

Para alguns tipos de homens...

 
Será que todos os homens são assim?
Tão dissimulados?
Um dia te tratam como a mais bela das rosas
No outro, você apenas uma rosa entre muitas...
Que decepção esses homens!
Fingem o tempo todo
Pensam que são espertos!
Mas esquecem da astúcia das mulheres
Que estão sempre investigando...
Ah, vocês homens não contam com o sexto sentido feminino...
Mas ele existe, mesmo...
E o meu, é bastante aguçado!
Não me deixa cair em desagrados...
Tolos esses homens que imaginam que estão jogando
Vocês é que são a bola, só que não percebem...
Mas descoberto tudo, seu mundinho devasso
Ficam sem jeito, procurando um espaço...
Certos homens deveriam pensar como mulher
Talvez ficassem mais espertos...
E em certos errinhos bobos, não caíriam mais...
Ainda bem que sou mulher, e meu instinto felino
Me garante, sou leoa de muitos leões
Mas apenas um, é meu amante...

Para que alguns homens percebam como tão ingênuos são, diante do "sexto sentido" das mulheres...
 
Para alguns tipos de homens...

Um vaidoso

 
O sono acaba transformado em morna preguiça.
As mãos cegas apalpam a carne languida por baixo das mantas.
Demoram-se a reconhecer o corpo com que se deitaram.
Os olhos querem-se fechados. A imaginação acorda primeiro.
Pinto-me nobre, sábio e saudável. O novo dia vai trazer maravilhas.
Só aos meus olhos mas junto de outros vejo aquilo que nos cega.
As grandes orelhas ouvem mais que a conta e os reflexos ultrapassam em muito o fiel depositário dos mesmos.
Cheio de vento e merdas abro os olhos e chafurdo no que há de novo.
Abro livros avidamente e só leio o que me interessa. Se os mortos se revoltassem nas campas muitos se haviam levantado á custa das minhas leituras. Paradoxos de capa dura assim lhes chamo eu.
Ligo-me ao irreal do mundo e só assim me sinto real apesar de o saber não ser.
Só me lembro do meu avô a dizer que comer,beber e folgar é o que daqui levamos. Ou então como dizia um outro avô ao que ficam..."Puta que os pariu!!!"
Não fui eu que disse mas achei bonito e são estas medalhas que fazem um vaidoso.
Sentes a merda escorrer por ti abaixo e exibes o teu melhor sorriso cariado. Os excessos e faltas são a tua vida e nada mais parece existir.
A loucura que teimas em buscar é o não, não, não com que encaras a vida. Tardando em afirmar o que quer que seja acabamos por viver alegremente uma vaidosa vida de negações.
 
Um vaidoso

Epístola-04

 
Fragmentos de mim

Cultive, depois extermine.
Crie em seguida elimine.
Edifique, e logo após aniquile.
Como é difícil fingir não sentir.
Mais difícil ainda é ter que acordar todos os dias
Com um único propósito de exterminar o que se sente.
Buscamos tanto os bons sentimentos.
Curtimos tanto quando os sentimos.
Como é difícil extirpar com um bom sentimento.
Ás vezes é necessário, quando ele não é bem aceito.
Quando não pode ser aceito.
Como matar o amor?
Tantos outros sentimentos ruins,
Aqueles que sim, deveriam ter um fim.
Mas não o amor!
Tão difícil matar,
Tão difícil para de sentir
Mas não tem saída, não!
Banir é a única solução.
 
Epístola-04