lareira
Hoje olho a lareira
momentos quentes
passados forma verdadeira
passados de formas diferentes
lareira acesa
inspiração em minha mente
tua a beleza
na certeza deste instante
e que mais dizer
se nada tem que ser dito
o que posso eu escrever
para tornar isto infinito
e olho em volta
em roda desta casa
agarro-te e solto a revolta
do meu corpo em brasa
e calo essa boca
que nunca disse nada
com um beijo e vontade louca
que de pouca não tem nada
dois corpos despidos
na lareira se pegam
noite de prazeres e gemidos
dois corpos que não se largam
Fala a menina
Fala a menina em segredo
saindo de pé descalço à rua,
corre e pula e eleva o dedo
apontando a alegria sua.
Fala a menina e liberta-me a mente
com um toque fintando o olhar,
como uma mensagem na garrafa que soa diferente
quando conta a história do mar.
Fala a menina em tom doce
do sal que a areia abriga,
a ideia fosse de quem fosse
que ela ajuda como amiga.
Fala a menina e chama a lágrima
de quem não vê a sua razão,
perdida assim em toda a rima
procurando em toda a sua verdade, a paixão.
Dói mais do que se vê
É a mentira
que nos rói,
como que algo nos tira,
até coração bater dói.
Mas na verdade
posso te perder,
e nessa saudade,
não consigo eu viver.
Então vivo
neste duro dilema,
vivo e sobrevivo
cada dia, cada tema.
Em todas palavras
que escrevo em mim,
são lindas as quadras,
têm teu perfume de jasmim.
Quem sabe
Será tarde para ser para ti,
o que sempre quis ser para ti,
será que já contei
a alguem o que és para mim?
E o que haverá de ti
em minhas mãos,
coração, no peito e em mim,
será um nada, ou pétalas de paixão?
Hoje guardo-te como um segredo,
seguro-te longe do mundo,
guardo-te numa história, um complicado enredo,
num poço qualquer profundo.
Onde ninguem te possa ver,
e em poemas estás descrita,
só eu vou saber
que és a minha inspiração, menina bonita.
Pessoas normais
Certos momentos
são únicos
inesperados e calados,
certos momentos
são somente segundos
que mudam mundos,
outro tantos
que nada o são
mais que solidão,
hoje sou eu
em minha mão
e tu, inspiração,
vem ser em mim
mais que um fim
para a escrita,
vem ser a saudade
a vontade
a força de tudo,
vem ser algo
mais do que sou
hoje aqui onde estou.
Quando um suspiro me fala
Quando um suspiro me fala
nem o silêncio o cala,
me fala e me segreda ao ouvido
que sou poeta, fui escolhido.
Calo-me então e presto atenção
ao som, esse silêncio bom
que me espera, como se fosse a primavera,
e me vai levando, como que embalando.
A primavera passa, a inspiração escassa,
sou escravo, da liberdade de um cravo,
da graciosidade da rosa, essa poética prosa,
se falo em flores, pinto o poema de cores.
Quero pintar, e falar,
em tudo, até de um labirinto, em tudo o que sinto,
se um dia mentir, mesmo que a sorrir,
é porque falei, e mais uma vez não me calei.
Quando um dia, me deixar ir em noite fria,
deitado numa qualquer rua, olhando a lua,
lembro o tempo contigo, aquele em que fui amigo,
lembra-me um momento, sou feliz por muito tempo.
Como te vejo hoje
És linda,
é impossível ficar
calado, sentado ainda,
é hoje que quero te amar.
Não há nada mais para dizer,
teu olhar encanta,
tudo isso que não quero esquecer,
enquanto tua boca me canta.
Teus lábios beijar,
é como no verão
mergulhar nesse mar,
no instante que acelera coração.
Oiço-te dizer adeus,
não o conheço,
o teu olá é como subir aos céus,
de tudo o resto me esqueço.
Como hoje te vejo,
como sempre foste linda,
e agora num pequeno desejo,
quero-te perto ainda.
Estou magoado e desfeito
És uma amiga,
mas hoje estou magoado,
já nem sei o que te diga,
tuas palavras fazem-me sentir desprezado.
Desprezado por ti,
por teu coração,
tenho tentado estar aqui,
mas tens como que me largado a mão.
É isso que sinto
em todas as tuas atitudes,
se disser que estou bem, eu minto,
pois eu não acredito que mudes.
Tantas são as tuas promessas,
e eu já nem sei o que pensar,
tantas palavras essas
que me sabem magoar.
Hoje sou a tristeza
que vemos em tanta gente,
daquela em que vou chorar de certeza,
para fora, e para dentro da minha mente.
Talvez apenas escondido
sem que ninguem me veja,
pois tudo isto é por mim sentido,
tudo o que tens feito, já não sei quem sejas.
Crescimento
E se em vago momento
falar sem te olhar,
não por ter medo de ti
mas apenas por te respeitar.
Falo ao tempo
e a toda a inspiração,
agradeço o crescimento
e apenas olho com o coração.
Não preciso de te ver
para saber que te vejo,
és um doce viver
um pequeno desejo.
Um pequeno querer
em todo o meu esplendor,
assim quando não te ver
não sentirei dor.
És a bela mulher
És a bela mulher
que flutua nesta rua,
vem comigo te perder,
por aqui em noite tua.
Lua ilumina
esta noite escura,
acompanha-te a ti, menina,
e no céu lá em cima, ainda perdura.
És aquela
doce companhia,
és em tudo bela,
até em tua vaga alegria.