Sou Poeta sim porque não?
SOU POETA SIM PORQUE NÃO?
Levanto um muro e fico só?
Tanto que poderia dizer-te!
Mas de mim não tenhas dó,
Que hei-de sempre querer-te.
Hora a hora Deus melhora
E o dia hoje me é vantajoso
Em meus versos digo na hora
Bate meu coração!Bate corajoso.
A Vida é este palco
Onde sou o que quiser
Mas nada nem ninguém acalco
Na estrada que percorrer.
Se sou isto e sou aquilo?!
Não sou eu imitação!
Meu caminho, vou segui-lo!
Atrás do muro não fico não.
Sou testemunha, vejo tudo!?
Estou no palco, faço feitiço
Finjo ser cego e mudo
Censura, não me importo com isso.
Tenho registo de memória
Sou Poeta e até fogosa
Conto p'ra todos a minha história
Sou *Poeta e também rosa.
rosafogo
Afinal cheguei à conclusão que sou mesmo Poeta.
Me desculpe quem assim não achar.
Poema Despido
Dominas-me voraz
Sem que entenda o sentido
Dos versos que trazes
Na boca que beija
Em carícias longas
O brilho do sol.
Sou apêndice sôfrego
De um poema.
Pacifico-me na tua voz
Que embala o desejo
De ser letra do teu corpo,
E rasgo a folha imerecida
Que te sustém,
Com a fúria decomposta
Da improbabilidade
De te possuir.
Contempla-me
Na prateleira exposta
No extremo do segmento.
Sou matéria invisível
Dos teus propósitos.
*Palavras de Poeta*
“O poeta, de facto, só é uma pessoa como as outras na fisiologia. Et quand même…, Antoinin Artaud já nos preveniu de que poderia, até mesmo aí, ser diferente”
De O Livro de Cesário Verde, Posfácio, António Barahona
São tantas as palavras que o vento albergou,
Das flores que ainda se fazem criar,
Por entre os campos caiou,
Pedaços de pétalas de mar,
Que o tempo vincou nas brochuras com o salivar…
Nas montanhas assolou um único contemplar,
Que as flores lhe matou,
No jardim que ainda estava a formar,
As palavras que com as boninas partilhou,
Avassaladas pela corrente que inalava no ar…
São tantas as palavras que o vento albergou,
Levadas pela morte que insiste em amar,
Um poeta que ganhou asas e voou,
Para lá das vistas do meu olhar,
Onde enterrou todos as farpas que conseguia trovar…
Marlene
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Inspirei-me em Cesário Verde, grande poeta que tanto admiro.
Abraços e Felicidades.
acolhedores
como fogueira
crepitante
em fria noite campestre
/fria tanta
que nem a lua
comparece /
mesmo que
juntas ao longe
estrelas incendeiam
dando impressão
que a via láctea inteira...
aquecem/
são teus versos
que confortam
e do meu frio
se compadecem
"Porque não??" - Soneto
"Porque não??" - Soneto
Percorro o indicador, contorno teu semblante
Decoro cada ponto, caminhos a desbravar
Vejo nos traços linhas de uma historia errante
Imperceptíveis marcas, um cansado caminhar
Então nos teus versos vou procurar a essência
Verdades implícitas, nas entrelinhas escondidas
Espio entre elas, nas brechas da tua vivência
Bebo as tuas lágrimas, te sigo nas ruas perdidas
Olho teu rosto tão serio, dentro de mim te emolduro
Os ecos das minhas palavras tento entender, me torturo
Isso que nem sei o nome, sem que eu queira, me tomando
Nossos versos se casam, me chama pro teu peito
Sem ser de outro jeito, vou, me despindo e te olhando
Beijo teu rosto na tela, e vou pra cama sonhando.
Gloria Salles
30 outubro 2008
21h29min
“Eis minha fuga”
Para tentar abranger, dominar o sentimento
Adestrar o psicológico já perto da tortura
Num parto de palavras, amordacei o tempo
Sucumbindo ao ensejo, do compor à loucura
Do coração vertem rimas, que anestesia
Num emaranhado de sensações doridas
Alma imergida nas entranhas da grafia.
Vagueando entre as reticências remexidas.
Logo, ficam fartas as linhas do poema...
Crio forma do alto da minha irreverência
Os versos, antes mudos, expelem eloqüência.
Vejo então que é porta de abrigo, o fonema
Na avalanche de palavras, a alma se refugia
Suspiros derramados, rimas da minha poesia.
Glória Salles
No meu cantinho...
<>É AMOR NAS LINHAS...<>
Que bom que todos os dias,
Vens ler os versos que faço;
Proporcionas-me alegrias...
Chego a sentir teu abraço.
Tu, que tanto amas poesias,
Eu que amo tanto escrevê-las.
Na mente vêm fantasias...
Nos sonhos, céu, lua, estrelas.
A maior felicidade...
Não são os bens materiais.
Amar alguém de verdade
E ter os mesmos ideais.
Isto sim é o que importa
Ao coração e a alma.
A chave que abre a porta:
A paz que chega e acalma.
O amor quando é puro...
Vale bem mais que o ouro.
É lume para o escuro...
É mesmo grande tesouro.
Que bom que todos os dias,
Vens ler os versos que faço.
Não são apenas poesias...
É amor nas linhas que traço..
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS.
“O que ficou do “alheio” - Soneto
“O que ficou do “alheio”
Não posso acreditar que caí nesse engano
No teor expressivo que nos versos empregas
Se fui apenas teu vicio... Teu desejo insano
Fui passional e inteira nas minhas entregas
Se teu cansaço, minhas águas não curaram
Se perdida de amor, só consegui ver miragem
Se apenas o prazer do meu corpo te ataram
Então na varanda não haverá mais aragem...
Dos teus veículos desço, mesmo em movimento
Nem vou na alma reter nenhum sentimento
Mas neste ardiloso jogo, não serei arrebatada
A varanda que um dia foi de sonhos, permeio
Servirá só de abrigo, pras sobras do “alheio”
Tuas noites pra sempre, de solidão fadada.
Glória Salles
“Mergulhar sem medo”
Nas avenidas dos meus versos um desfile ameno
De palavras sutis camufladas em sinistra apatia
Que despretensiosas transportam doses de veneno
Impregnando os breves instantes de fé e alegria
Juro... Quero os medos deixados num canto qualquer
O som dos nossos risos nos cômodos do coração
O se ao ouvido o som da sua voz diz: Minha mulher
Mergulho sem temor, ainda que precoce relação.
Quero teus gestos febris e insanos, me tirando o chão.
Flutuar, ao sabor do seu beijo que provoca loucura.
Permitir-me os riscos que envolvem essa paixão...
Deleitar-me no calor do teu peito, que é só ternura.
Seguir leve absorvendo esse sentimento inusitado
Gravar nossa historia, nesse olhar compartilhado.
Glória Salles
-Registro na Biblioteca Nacional
-Ministério da Cultura
-E.D.A. —
No meu cantinho...
“Poema que redime” - Soneto
“Poema que redime” - Soneto
Tristeza e revolta se apossaram de mim
E a injúria por momentos fez efeito
Quando vi a maldade livre assim
Ceifando sem medida, o amor do peito
Mas meu escudo, não é sair dando troco
Aprendi que não ser rude, poupa ferida.
Da minha mágoa vou alem, dispenso o logro
É nos versos que desfio verdade e vida
Torpes palavras, já não travam meu verbo
Nem invioláveis dicionários de maldade
Vão tornar-me vilã, deturpando a verdade
Fiando poema, na transparência do meu verso
Entre pontos e vírgulas, meus gritos calei
Na rendição das palavras, o coração sosseguei...
Glória Salles
12 novembro 2008
18h02min