
Quando não posso contemplar teu rosto, 
contemplo os teus pés. 
Teus pés de osso arqueado, 
teus pequenos pés duros. 
Eu sei que te sustentam 
e que teu doce peso 
sobre eles se ergue. 
Tua cintura e teus seios, 
a duplicada purpura 
dos teus mamilos, 
a caixa dos teus olhos 
que há pouo levantaram voo, 
a larga boca de fruta, 
tua rubra cabeleira, 
pequena torre minha. 
Mas se amo os teus pés 
é só porque andaram 
sobre a terra e sobre 
o vento e sobre a água, 
até me encontrarem. 
**************************************************