Envolvo uma maçã nas minhas mãos:
vermelha, redonda, bela, suculenta.
E aproximo-a com carinho dos meus lábios,
mordo-a com os meus dentes, e sinto o seu paladar.
Sabe bem, sabe!
Mas a sensação faz-me pensar em algo mais do que um sabor,
e começo a divagar, a imaginar-te nua, bela, encostada a mim.
Ah, o desejo! Ah, a paixão! Ah! Ah! Ah!
Mas porque penso eu nisto quando como uma maçã?
Serei uma mente perversa, uma fonte de pensamentos constrangedores?
Não! Afinal não foi Adão que mordeu o fruto proibido?
E se ele pecou, e se eu peco, e se isso for pecado, então peco e pecarei,
sem medos, sem remorsos, sem receios,
e em pecado morrerei, mas feliz com a vida.