Já não sou o que costumava ser
Não chuto as pedras do chão
Pego e guardo-as nos bolsos
Esperando montar algo que me seja útil
Em meio à ventania
Não me escondo com medo das rajadas
Permito – me voar
Alço asas rumo ao céu
Com temor no coração
E Lápis na mão
Tracejo todos os meus desejos
Persigo meus sonhos e lembro:
Já não sou o que costumava ser.
As pessoas começam a evoluir
Seus ideais não coincidem com os fatos
Os retratos já estão desbotados
Os sorrisos são forçados.
Não quero ficar presa á falsas alegrias
Tão pouco viver na demasiada utopia
De quem já foi feliz
Talvez seja delicada, porém não mais parada
Apenas não quero viver ás minhas margens
Elas se alargam e tornam mais profundas
Requerendo maior esforço
Tenho que saber acompanhá-las.
A revolução
Começa de dentro para fora
No íntimo
Onde os dedos são inúteis
Palavras tornam - se fúteis
E o que é levado em consideração
È refletido no espelho: ação.
Já não sou mais o que costumava ser
Não sei o que serei
Mas tenho certeza que sigo no caminho certo...
Maria Luiza Aarão.
Maria Luiza Aarão