Rendenção
.
Redenção
queima-me
quando eu for gelo
fura-me
quando eu for pedra
e...
dilacera-me
com o pecado
quando eu não for
tentação
- perdão...
LSJ, 061020140114
No fim
e se o tempo puxar o zíper para me renunciar
e se nada mais
nos meus olhos
se refletir
o silencio será meu mundo
mas minhas palavras permanecerão no teu
naquela janela
naquele cais
naquela tarde amarela
naqueles rios
naqueles ais
naquela renda de crochê
naqueles poemas que te
escrevi
sem que soubesses que eram para ti
sem muito sentido
sem muita verdade
que de verdade foram escritos
num tempo de
muita saudade.
Poema cansado de esperar
queria que me esperasses nesse tempos
onde preparas os intervalos,
das nossas existências,...
eu não sei de maldade,
não percebo se respirar assim,
com dores de saudades a escortanharem
uma voz que já nem viva está,
será digno,
será modelado ao presente
que ainda consigo ter,...
conjugar assim tantos verbos
reduzidos ao particípio,
da espera,
tira-me a força de um
argumento que só está desenhado,
de traço trémulo,
com um sol que desmaia pelo
meio desta chuva ácida cor de enegrecido,...
esquece que te pedi a espera,
prepara-me só a partida,
porque a dor entontece-me o argumento
Poema e Poesia
Poema e Poesia
by Betha M. Costa
Acabou a poesia que me sustinha a fé nos dias, e corria bicho solto pelas campinas do meu querer. Aquele que rolava em novelos de prazer pelas ladeiras dos sentimentos, bolhas d’água e sabão, delicadezas a explodirem em festas no ar.
Triste ver um poema espalhado pela casa, mãos perdidas dos dedos pelos cômodos, sem poder na pena e tinta tomar vida.
E um grito canta da sala à varanda, uma música cai do piano, uma lágrima alimenta o aquário e a alegria sai pela porta da frente. Na soleira um sorriso sem viço sobre o tapete de boas vindas.
Tudo por causa daquele nome retido na boca, que feito um livro guardou as palavras, e, levou consigo os meus versos. Sem ele não existe poesia que valha um poema.
*Imagem Google
Minha Goiabada
Neste dezenove de junho
Dia em que vi a luz da vida
Quero me presentear
Contando nesses meus versos
Toda saudade que sinto
Da minha infância tão linda.
Meus pais pobres nordestinos
Ele, pernambucano lá do alto do sertão
Ela, de uma ilha do interior do Maranhão
Cinco filhos pra criar
E mais dois de adoção.
Simples sargento de nossa marinha armada
Além de todos filhos para alimentar
Como um bom sertanejo
Ainda tinha que nas costas carregar
Uma porção de parentes
Como uma fieira de caranguejos.
Com tantas dificuldades
Todos tinham que ajudar
E ainda bem menino
Comecei a trabalhar
Catando latas e vidros
Caixeiro de armazém
Vendendo pra mãe cocadas
Carregando areia do rio
Sem ter ao menos um vintém.
Sapatos de solas rasgadas
Surrados pelos meus dois irmãos
Que por serem mais velhos que eu
Quando passavam para mim
Já não tinha jeito não.
Quando ia para escola
Tinha medo que as meninas
Vissem que minhas meias
Estavam bem rasgadinhas.
Quando chegava um parente
Com seus muitos filhos e companheira
Meus pais davam minha cama
E lá ia eu para esteira.
Brinquedos só inventando
Piões feitos de goiabeira
Caçar grilos pelo mato
Ou pular da ribanceira.
Chegava então a data tão sonhada
Meio do mês, vida apertada
Mas jamais esquecerei
Dos olhos meigos de meus pais
Ao me ofertar como presente
Uma lata de goiabada.
Nesses versos onde revelo
Da minha infância a realidade
Sinto o peito apertado
De tristeza e saudade
Pois bem cedo aprendi
Com a ternura de minha mãe querida
Que a verdadeira felicidade
Reside no amor as coisas simples da vida.
Com muita emoção e saudade, dedico essa singela poesia aos meus queridos e saudosos pais, que encontram-se no plano espiritual.
Falcão S.R - Rio de Janeiro - RJ
Ação Social: www.projetomorrodosape.com.br
Website: www.LuzdaPoesia.Com
Blog: http://meuamorpoesia.blogspot.com/
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E-mail: falcaosr@luzdaPoesia.Com
DESEJO DE ESCRITOR
DESEJO DE ESCRITOR
(Alex Sandro De Lima Silva)
Escondeu-me em tuas memórias?
Mas que severa punição!
Logo eu que te dei lindas histórias,
me retribui com esta perdição!
Apaga-me! Te suplico.
Melhor não existir pra ti,
do que existindo, nunca ter sido teu auxílio.
Tuas memórias, desprezo!
Nelas não habitarei!
É teu coração que mais quero.
Das tuas emoções coroar-me rei.
Falar à tua alma, e nela encontrar a cumplicidade.
Do que te dá palavras quebradas,
decoradas por ti, mas não sentidas e amadas.
Suplico-te, apaga-me de tuas memórias.
Melhor não existir pra ti,
do que existindo, nunca ter sido teu auxílio.
Sou-te pela encruzilhada
Sou-te pela encruzilhada que se apodera de nossos poros,
Gotas de suor numa escada infinita que sobe.
Pé ante pé, me descalço,
Desmancho meus fios de cabelo
E me desperdiço de ti
A cada verso, que vá perdê-lo!
De que serve viver-te por aqui,
Se a cada respirar meu, passo em falso,
És tudo o que já foste,
e o voltarás a sê-lo.
Horizonte de loucuras imaginárias,
Calçada subida, tortura temida.
Por dentre respirações entre-cortadas,
Ouve-te dentre as cantadas
Que velhas carcaças ousam cantar...
Por onde andas, fim de linha?
Quase que diria que ouvi o meu nome,
Naquela tua voz doce, distante.
Quanto horizonte, quanto renome
Tu te vestes, Ó Destino.
Seja insano, sem lógica.
Que tudo se transforme numa poça,
Dentre esses passos que sobem a escada.
Por onde caminharás tu,
Diante desta encruzilhada?
Amazônia em Mim
Amazônia em Mim
by Betha M. Costa
Sou a vitória-régia em flor,
A Iara perdida no igarapé,
N’água fria e de escura cor,
Sou pé do traiçoeiro mururé.
Tenho os olhos da Boiúna,
A infantilidade do boto rosa,
Sou fauna e flora em fortuna,
Descrita em verso e prosa.
Sou parte esquecida da lenda,
Os cheiros e ritmos da selva,
O índio que chora sua prenda,
Doente no catre sobre a relva.
No sabor exótico do cupuaçu,
No riso inocente do curumim,
Ou no canto triste do uirapuru,
Há Amazônia dentro de mim...
ESSÊNCIA
ESSÊNCIA
Às vezes ando às cegas, desafiando os meus dias
Caminho ora firme, ora trôpega,
Esfregando à frente minhas mãos frias
Tudo na vida é tão imprevisto
Embora algumas coisas pareçam naturais
Nada programo, nada planejo
Mas persisto sonhando, persigo meus ideais
Pode parecer utopia, isto que vou dizer
Mas hei de viver todos os meus afetos,
E dar todo o meu amor, a quem ele quiser, e merecer
Um dia, bem sei, minhas forças fenecerão
Envelhecida, e talvez esquecida, deixarei de viver
Mas sei que minha sensibilidade é uma essência
que brotará quando eu me for
Em algum lugar, ela nascerá novamente
Firme e forte, linda e colorida
Visitando mil flores, na forma de um beija-flor
(Cláudia Banegas)
"Amor de folhetim" - Soneto
"Amor de folhetim" - Soneto
Chegou de mansinho como uma brisa.
Olhar doce que me esquadrinhou.
No silencio que se fez, ouvi tua fala.
E nos versos do meu poema caminhou.
No contorno da tua boca me perdi.
No sorriso que me farta e enlouquece.
Abandonei-me nesse abraço sem lembrar.
Que sempre se vai, parece que me esquece.
Escorrega, feito papel em ventania.
Então, sobram entrecortadas falas.
Num silêncio abissal, que se instala.
Espera massacrante, são meus dias.
Tua ausência desfia laços em mim.
Porem quero esse amor de folhetim.
Glória Salles