Textos -> Outros : 

O BISCOITO QUE FALAVA (CONTO INFANTIL)

 


Na fabrica aquela correria costumeira, máquinas, pessoas todas muito apressadas do forno, saiam biscoitos com carinhas de gente. Num deles, o inspetor notou algo diferente, aquele biscoito que por brincadeira talvez de algum confeiteiro, havia lhe conferido pernas e braços. O homem achou aquilo engraçado e acaba por deixar o biscoito esquisito passar deslizando na esteira, rumo a sessão de empacotamento.

O biscoito esquisito de modo a escondê-lo foi parar no fundo de um dos milhões de pacotes embalados naquele dia e dali, todos enviados nas suas devidas caixas para o setor de embarque. Dia seguinte junto com os demais, o biscoito falante chega ao super mercado.

À noite, na sessão de biscoitos, um pacote de biscoitos de chocolate começa a se mexer, os vigias do supermercado acharam muito estranho aquele barulho e chegaram ouvir algo como que se alguma criança pedisse insistentemente, me tirem daqui... Tirem-me daqui!

Manhã de sábado loja cheia, logo apareceu na sessão de biscoitos uma família e nela, o menino Carlinhos, um menino tanto peralta quanto sonhador, adorava biscoitos de chocolates e coloca no carrinho de sua mãe logo quem? Isso mesmo, o pacote com aquele biscoito esquisito. Compras feitas dirigem-se aos caixas e depois direto para casa.

Carlinhos ansioso para chegar a casa era sábado poxa, dia em que sua mãe liberava o vídeo-game que ele adorava jogar com mais dois amiguinhos vizinhos. Assim, logo que chegou Carlinhos, passa a mão no telefone e no pacote de biscoitos de chocolate. O telefone era para chamar os amigos e o pacote de biscoitos todos já sabem né?

Jogo rolando na TV e o pacote de biscoito sendo devorado pela garotada, até que perto de comer o último biscoito, os meninos ouvem de dentro do pacote uma voz dizendo: Não quero ser comido não! O pacote lógico voou das mãos do Carlinhos e os três se perguntaram ao mesmo tempo. Quem falou isso? Hei psiu, sou eu me tirem daqui.

No Quarto ninguém se mexia, ninguém conseguia falar, Fernando o menos medroso dos três se aproxima do pacote de biscoitos da uma olhadinha rápida para dentro do pacote e vê um biscoito batendo pernas e mãos, outra vez o pacote é lançado paro o alto e quando cai, saí rolando aquele biscoito esquisito que vai parar bem em frente aos meninos.

Halo! Sou apenas um biscoito diferente diz o pequenino, não tenham medo. Outra vez Fernando se agacha e olha para o biscoito. Vocês não estão pensando em me comer não né? Eu só quero ser amigos de vocês, brincar com vocês, mas isso tem de ficar em segredo entre nós, se algum adulto ficar sabendo da minha existência danou-se, vou acabar num saco lixo.

Os meninos concordam que o biscoito poderia ficar escondido no quarto de Carlinhos. À noite, a mãe de Carlinhos sente que algo estava diferente, os meninos haviam jogado pouco o vídeo-game, e as gargalhadas costumeiras não foram ouvidas por ela, Carlinhos excepcionalmente naquele sábado fora dormir mais cedo do que o de costume.

Dona Ofélia, resolve então fazer uma visitinha ao quarto do filho e o surpreende falando baixinho como que estivesse conversando. Carlinhos é claro imediatamente para de falar. Mesmo achando aquilo muito estranho Dona Ofélia, preferiu não comentar. Mas, Perguntou se estava tudo bem e se havia brigado com algum dos amigos, pois, haviam ido para casa antes mesmo da pizza.

Carlinhos inventa que um dos amigos (O Guto), estava com dor na barriga e por isso, acabaram o jogo mais cedo. Dona Ofélia se aproxima, dá um beijo no filho, deseja-lhe uma boa noite e fecha a porta do quarto.

Naquela noite de sábado a farra não ia ser diferente por quê o biscoito inteligente, logo inventou de brincar de pique - esconde. Mas, antes disse Carlinhos, quero contar um pouco da minha vida para você e começa relatar sua vida desde os tempos que ele ainda era um menino de colo.

O biscoito ouviu tudo fascinado quando termina o biscoito comenta, puxa isso sim é uma baita história e continua o biscoito, tenho pouco para contar, uma confeiteira de uma grande fábrica resolveu colocar pernas e braços num biscoito e fiquei assim, um biscoito desajeitado.

Passei um aperto danado quando me colocaram no fundo daquele pacote e apesar de pedir para me soltarem, ninguém veio me acudir, minha sorte foi que você um comedor de biscoitos de chocolates dos bons, me achou lá, todo imprensado naquela prateleira. Mas, agora estou bem, arranjei três amigos e quero saber tudo que há de bom que um biscoito possa fazer e vou logo avisando não me venha com essa historia de me colocar preso num vidro que eu não sou igual aos outros biscoitos eu quero mesmo é aventura, correr, soltar pipas, acampar, você me leva?

Carlinhos diz que sim e combina que no dia seguinte iria levá-lo para pescar, mas que para isso, ele deveria se comportar como um biscoito, ficar quietinho no bolso de sua camisa. Contrariado o biscoito, concorda.


Domingo de sol, pai e filho seguem rumo ao pesque pague, Tito (Nome que Carlinhos havia dado ao biscoito), se esforça pra colocar os olhos pra fora da camisa e ver pela primeira vez em sua vida, uma pescaria. Anzóis a postos, iscas dentro d’água, não demora muito para que a vara de pesca do Carlinhos se mexa e mexe freneticamente, acusando a presença do primeiro peixe.

Carlinhos e o Tito ficaram eufóricos, do bolso do menino uma voz baixinha podia se ouvir (Yes) é isso aí amigo, Tito se sentia como tivesse pescado aquele peixe. Sentiu toda vibração do puxar o peixe para fora d’água e ficou de olho, enquanto Carlinhos retirava os anzóis da boca do peixe.

Chegando a casa já o esperava Fernando e o Guto, ambos ansiosos pra saber como foi a primeira noite do Carlinhos com aquele precioso achado. Guto foi logo se antecipando e levando Carlinhos para um canto da varanda longe de seu pai e dispara. Fiquei pensando a noite inteira, estou achando que esse biscoito pode ser um extraterrestre
disfarçado de biscoito e que eles poderiam estar correndo perigo de um ataque alienígena.

Carlinhos dá uma gargalhada, do bolso Tito reclama: Alienígena é essa sua barriga gorda, Carlinhos não se agüenta cai no chão de tanto rir e meio a tantas risadas vão os três para o quarto, ou melhor, vão os quatro para o quarto.

No quarto a tragédia, o biscoito cai do bolso de Carlinhos quando os três se espremiam na janela para ver Ana, a vizinha mais bonita da rua passar. Da janela até o chão era pouco mais de um metro, mas fora o suficiente para que as pernas e os braços do Tito se desprendessem do corpo.

Os meninos correm em disparada passam pelos pais de carlinhos como foguetes, se dirigem a uma janela lateral da casa, e quando olham... Cadê o biscoito?

Não encontraram nada nem vestígios dos braços ou pernas. Perto do portão Beethoven, um São Bernardo enorme e o mais guloso da casa lambia os beiços.





 
Autor
PCoelho
Autor
 
Texto
Data
Leituras
4969
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Betha Mendonça
Publicado: 17/07/2010 17:22  Atualizado: 17/07/2010 17:22
Colaborador
Usuário desde: 30/06/2009
Localidade:
Mensagens: 6699
 Re: O BISCOITO QUE FALAVA (CONTO INFANTIL)
Um conto de encher os olhos e a barriga.Fiquei triste com o final, mas é a vida...Ainda que de um biscoito, né? ;)
bjins, Betha.