A poesia
A poesia
Lindo o poema em que a liberdade da alma
parece uma ninfa percorrendo todos espaços
do nosso coração sempre em flor e no ar deixa
um perfume suave nas nossas mãos, nos abraços.
Se alguém encontrar palavras contagiantes
que apelem a um evocativo convite, ao calor
de uma paixão ousada, abraços, dramas, dores
e carícias, beijos sôfregos, sussurrante amor.
A um mar murmurante, flores, cor, ciúme ardente
a silhueta perfeita, cochas redondeiras, belas faces,
tristes, risonhas, olhos meiguinhos e boca carente.
Assim como num sonho tudo brilha, fenece ou é fantasia
tudo se esfuma nas nuvens ou rola ao sabor do vento,
do Sol, da Lua e de tudo entrelaçado se faz a poesia.
A FLOR DA AMIZADE...
A Flor da Amizade...
Andando pelas calçadas da vida encontrei
Uma semente que estava no chão jogada
Levei para casa e no meu jardim plantei
Contava os dias, para ver logo brotada.
Aguei, cuidei, até que finalmente ela brotou
Suas verdes folhinhas começaram a crescer
Acompanhei o botão que começou a aparecer
Fiquei na expectativa e uma flor desabrochou.
Era grande a flor que ali surgiu
Diferente de uma beleza sem igual
Fiquei olhando e ela me sorriu
Encantadora verdadeira raridade
Falou seu nome era muito especial
Muito prazer me chamo AMIZADE!
♫Carol carolina
LIÇÃO DOS PASSARINHOS...
Lição dos Passarinhos...
Comigo me peguei confabulando,
Como somos eternos insatisfeitos.
Estamos quase sempre reclamando,
Em tudo procuramos os defeitos...
Se está quente reclamamos do calor.
Se faz frio nos queixamos da friagem.
Dias de chuva, pedimos a estiagem.
Terra seca Deus do céu é um horror...
Hoje os passarinhos me acordaram
Era uma lição que devíamos aprender
Felizes saudando o sol eles cantavam...
Parecendo um grande coral em sintonia
Depois voaram em busca do que comer
Na luta da sobrevivência de mais um dia...
Carol Carolina
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OUTONO...
Outono...
As tardes ficaram mais cinzentas,
As árvores, nuas sem folhagens.
As ruas hoje quietas, sonolentas,
A cidade vestiu nova roupagem...
O sol esmaecido, sem se mostrar,
Entre nuvens, tarda a aparecer.
Saudade do verão vem me trazer,
Do riso da criançada a brincar...
O outono já deu as boas vindas,
Ao inverno que está chegando,
Com o frio das noites infindas...
Do campo recoberto de geada,
E o minuano por aqui soprando,
Deixando a terra congelada...
♫Carol Carol
VELHA CONHECIDA!
Velha Conhecida!
Novamente cá estou eu a exaltar,
Uma árvore que é toda só beleza,
No outono floresce para enfeitar,
Dando um colorido a natureza...
Entre as outras é a mais notada,
Sua copa, um tom rosa magistral,
Dona de uma altivez é sem igual,
Ser vivo foi por Deus abençoada...
Me refiro a uma velha conhecida,
A Paineira que está a nos visitar,
Suas flores a deixam enobrecida...
Pela cidade, nas ruas é admirada,
Impossível não parar e se extasiar
É mesmo uma árvore encantada...
Carol Carolina
Noites sem luar
Nas noites em que a Lua vai dormir,
Existe um manto escuro delirante…
Acendem-se as estrelas a sorrir,
Cada uma é rainha bem distante.
Contemplo fascinado essa magia,
Nascida de contrastes envolventes…
Um imenso azul baila enquanto é dia!...
Sublime negro atrai olhos carentes!
A noite é soberana – uma viagem.
Embarca o sonhador numa miragem,
Nesse grande oceano – um adivinho.
Vou eu, vais tu e – todos num olhar –
Conseguimos bem juntos abarcar,
Os faróis que assinalam o caminho.
17.02.2010, Henricabilio
Soneto que faz parte da poesia temática na Exposição “A terra e o mar se anuncia – Faróis” das colecções de cartofilia e maximafilia de Feliciano Júnior, patente na Biblioteca Municipal de Rio Maior entre 20 de Fevereiro e 20 de Março de 2010.
aquarela
busco aquela qualidade indefinida
que se encontra nas melhores aquarelas
onde arde a luz solar e te convidas
a viagem matinal por barco a vela
e transporta além do espaço onde se abriga
solo fértil para manchas e procelas
em torrentes derramando-se aguerridas
à mão firme que pincela sobre a tela
não está no enquadramento ou nas cores
nem tampouco em seu traçado ou naquela
paisagem sempre em mente aonde fores
é a cria dos teus óleos em m'ia pena
a tornar uma moldura uma janela
onde enfim tu me encontras e me acenas
11 sílabas, tônicas 3-7-11, primos :)
Cair da tarde
Cair da tarde
Estou na minha janela perfumada
pelo aroma intenso da trepadeira
que enfeita esta casinha graciosa.
Olho, lá no alto está a lua feiticeira.
Estava cheia, mas cheia, enorme
banhada de prata toda iluminada
uma ténue auréola a lua circundava
como se fosse uma noiva velada.
E no mar, naquela imensa superfície
nem o traço do horizonte se avistava,
e as ondas, no seu vai e vem constante
prateadas pelo luar, que lindo estava!
Caiu a noite tão depressa, recolhi-me,
não fechei a janela o calor é ofegante,
recostei-me na cadeira, e a brisa ténue
esperei, olhando um céu deslumbrante!
Marinheiro
Ergo em nuvens perfume a incenso
Escondido naquela solitária madeira
Do tal albergue prazenteiro na beira
Da praia dourada desse mar imenso
E lanço sinais na palavra verdadeira
Para teus olhos, mergulho suspenso
Num amor proibido, de odor intenso
Embriagante qual gesto a vida inteira
Inclino meus lábios em beijos morrentes
Para uma silhueta bailando nas ondas
Tão longe dos abraços que já não sentes
Miragem do marinheiro em luas redondas
Acenando o adeus em frases decrescentes
Veleiro da ausência na história que contas
CALOROSA
CALOROSA
Abraça-me! Abre os braços aos abraços
Há tanto que esperando te envolver.
Deixa-me, ao te tocar, enternecer
Porquanto me reténs os olhos baços.
Para o bem ou não, toma-me em teus braços,
Sob pena de jamais acontecer...
E, entregues à alegria, ousemos ser
Apenas dois ladeando breves passos.
Sigamos o caminho à nossa frente
Antes que se me torne indiferente,
Que houvesse sol ou chuva por onde ando.
E esqueça n'um instante o mal passado,
Quando em teus braços eu, aconchegado,
Cuide senão de ti cá me abraçando.
Betim - 26 01 2015