A tela perfeita
Meu sonho projecta-se no azul celeste
Meus olhos descansam nas ondas do mar
contemplando a aguarela de cores e formas
louvando ao Senhor o arco-íris no ar
Papoilas vermelhas, fogosas, dançando
rosas amarelas, saudosas de encanto
hortências azuis, acalmam-me a alma
lilases e lírios de tom anilado
Os campos de trigo de espigas douradas
animais pastando no verde dos prados
borboletas tolas impondo a beleza
ignorando o sentido da efemeridade
O pintor criou a tela perfeita
sente-se o seu traço por toda a parte
pena que passemos tão despercebidos
Vede! A natureza toda ela é arte.
Incorpora a Antologia "Poeta, Mostra a tua Cara"
Maria Fernanda Reis Esteves
48 anos
Natural: Setúbal
“Lados opostos” - Soneto
“Lados opostos” - Soneto
A soleira da janela é arrimo ao corpo cansado
Neblina no peito, condensada dor, e letargia
A beleza estonteante do horizonte alaranjado
Era só a evidência de mais uma noite de vigília
E num tempo que tem pressa, a noite se alonga
Trazendo na quietude a sensação de abandono
Do outro lado do vidro, quem a vida prolonga
Sorri, diz que desse lado, um anjo vela seu sono
Anjo... que queria o poder de minar toda dor
Cuja fé vacilante, hoje o faz impotente e vão
Camufla num sorriso o frio alojado no coração
Porque nem todo dia, a alma é leve, e tudo é flor
Nem todo dia se consegue flutuar como pluma
Nem todo dia o sol faz dissipar a densa bruma...
Glória Salles
01 dezembro 2008
00:02hr
Santa Casa de Adamantina -SP
A MULHER, É A MAIS BELA DAS FLORES
DIA DA MULHER
Acabei de fazer uma soneca
E venho levado da breca
Para começar a escrever.
Sobre o quê? sobre a mulher!
Dela não há nada a dizer.
Sim! Todos sabem que a mulher
É um símbolo de beleza
É um símbolo de amor
E também sabem com certeza
Que a vida nela é concebida.
É a mais bela das flores
Ela é orquídea, ela é rosa,
Quando esposa é um primor,
Como mãe é a mais querida,
Seu corpo é uma prosa
Uma enciclopédia da vida.
Festejá-la só num dia
Acho que é puro engano
Sabemos que ela merecia
Elogiá-la todo o ano.
A. da fonseca
CRIAR BELEZA
CRIAR BELEZA
O drama
........é que
................o elã de criar beleza
........................ainda...........me irrompe
........................nem sei de......onde
........................................talvez
........dos confins da fímbria do....................azulego horizonte...
O dilema
........é que
................busco gerar...........delicadezas
................degustando............palavras
............................educadamente
...................sobre uma...............louça
.......................................de porcelana
.......................................inglesa
O problema
........é que
................pr’a mostrar um certo
................alinho,.........eu desalinho a
.....poesia visceral largando-a num canto meão
................................p’ ra escrever
................................mais bonitinho...
Estou certo
......por um lado
...............................e, decerto,
...............................errado
................d’ um ponto....de vista.........outro
[ Aquele poema
aqueles versos urgentes de peito aberto
andam, de poesia, a descoberto
O rumo certo (quem diria...)
quem daria seria a mão entreaberta
de flor agreste: a mente ideal do (ir)real poeta
Como anseio por essa palma lauta
de brotar palavras corretas digitadas
em incontroversas linhas tortas...
Contrariado, vou mais recomendado e mansueto
Que a deusa hipotenusa
Arriada no caralho do quadrado do cateto ]
Gê Muniz
"Asas do meu Imaginário"
Hoje, não vou fazer o que me mandam!
Cansei de tudo o que me é imposto
Quero ficar num canto...sozinha!
Com olhar alienado,
de quem não pensa, não se interessa
e não conta estatisticamente para nada
Hoje, vou soltar as amarras
que me subjugam
e me tornam prisioneira do dever
na busca incessante
de um momento só meu,
gritando em silêncio absoluto...
Vou atingir o etéreo, a plenitude,
dar asas ao meu imaginário.
Neste êxtase... vou realizar
o meu desejo de tocar o horizonte,
abraçar o inatingível,
sentir a grandeza da criação,
perder-me no infinito das estrelas,
encontrar-me comigo...
e descobrir o meu verdadeiro Eu!
Cercada de uma paz que afinal existe
envolta numa aura de Amor e Compaixão.
Maria Fernanda Reis Esteves
48 anos
Natural: Setúbal
Desejo de um coração...
https://www.google.com.br
http://www.artmajeur.com/pt/art-gallery/carlos-v-pinto/164284
Pintura de Carlos V. Pinto
Quisera eu ser a nau
Em alto mar cheia de flores
Que acalmam as dores
Suturadas pelas mãos de Deus
Quisera eu ser a bonança
Que vem depois da tempestade
Ser a brisa da saudade cravada no peito
Num silêncio que grita tua ausência
Que se faz oceanos lapidados
Por lágrimas de diamantes
Provindas dos olhos tristes
Seguindo uma linha tênue
De paz e felicidade
Ainda que a tempestade
Me faça maremoto...
Me jogando contra o rochedo
E eu sem medo...
Consiga prosseguir...
No homem de desejo
Que habita em ti
Em em barquinho de papel
Navegas no teu além mar...
Ray Nascimento
Tela alentejana
Aqui
onde o verde se torna castanho
e o rio rasga a saudade
em línguas de terra,
lambendo a planície,
num enfado tamanho,
que consome e ferra
os dentes na nossa verdade
em jeito de benfazeja monotonia...
Aqui
onde o cheiro a rosmaninho
se esconde entre os riachos nos penedos,
brincando com as estevas,
embriagando o caminho
onde as azinheiras aconchegam os rebanhos,
nas sombras dos medos,
num desabafo de alegrias
vertidas dos olhos lacrimejantes...
Aqui
onde o som da água rumorejante
ecoa pelas margens pastosas
e férteis,
num passo de mago gigante,
tornando a imensidão da tristeza,
num pequeno casulo de beleza dengosa,
aguardando o afago
do sol e do céu
em cada estrada,
em cada cultivo,
em cada monte...
Aqui
onde vive a calma sossegada,
que aprofunda a ternura,
despindo-me o poema da vida
em farrapos de alma insegura
numa prosa doce,
mas tranquila,
que perdura!
MAIS BELA DO QUE UMA ROSA
Quando chegar a noitinha
Vou encontrar o meu amor
Que mora ali, naquela rua.
Mesmo ao lado da minha
Vou-lhe levar uma flor
Somente ao acordar da Lua.
Será a rosa mais bela
Que colhi no meu jardim
Rosa branca. luminosa.
Que vou oferecer aquela
Que foi sempre para mim
Mais bela que uma rosa.
Ela me espera à janela
Daquele simples rés do chão
Mostrando o seu sorriso.
É assim que quero vê-la
Ela é a minha paixão
E também meu Paraíso.
A minha rosa ela beijará
Com lábios de borboleta
Ligeiros no seu poisar.
Depois ela quererá
Que eu lhe chame Julieta
E assim ficando a sonhar.
A. da fonseca
O AMOR É ASSIM...
“O amor pode e deve nos fazer reviver
Mas a saudade pode nos matar primeiro
Antes mesmo de acontecer o fim”
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DESALENTO
DESALENTO
Olho meu rosto ao espelho
Mas não me deixo cair em vão
Talvez o espelho esteja velho
Ou sofra de solidão.
Sento-me no chão
Apanho os pedaços
da mágoa
Caídos do coração.
Deixo-me aprisionar nos passos
Do tempo que me quer levar
Atirando-me ao rosto areia
Enredando-me em sua teia
Sem me deixar escapar.
Nada mais me interessa
Fiquem-se meus olhos a olhar
E que a memória não impeça
De ir à fonte me banhar.
Fonte, ponto de partida
Onde ainda vou colher
A Juventude por mim não esquecida
Mas que o espelho quer esquecer.
Caminho ao lado da vida
Apresso-me porque o tudo é nada!
Levei desatenta a vida,
a levo perdida.
Sou sombra, neste espelho mal amada.
natalia nuno
rosafogo