Poemas : 

INDIFERENÇA

 
Amor e ódio tantas vezes se confundem,
E os queremos fazer simplesmente opostos,
Como conchas da balança que marca os extremos.

Impensada bobagem de quem se esconde,
Na transparência da cortina dos sentimentos,
Querendo maquiar o amor vivo e renitente,
Insistindo em afogar os desejos e a saudade.

Amor não se transforma, nunca, jamais,
Não se fará nem mesmo cinzas no tempo,
Nem os ventos vindos dos sopros das mágoas,
Não o sujeitarão à metamorfose pretendida.

Esse sentimento latente, âmago do querer,
Não tem oposto que não seja a ausência,
Que só a lucidez vagarosa do tempo compõe,
De letras em letras no ardume da desistência.

Amor e ódio não se situam em opostos,
O sinônimo do desamor talvez seja a apatia,
A perseverança castrada com mordaças,
Transformada na inércia da indiferença.



EACOELHO


 
Autor
EACOELHO
Autor
 
Texto
Data
Leituras
625
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Transversal
Publicado: 19/02/2011 02:23  Atualizado: 19/02/2011 02:23
Membro de honra
Usuário desde: 02/01/2011
Localidade: Lisboa (a bombordo do Rio Tejo)
Mensagens: 3755
 Re: INDIFERENÇA
"nem os ventos vindos dos sopros das mágoas"...hum..."no ardume da desistência"...a..."indiferença"..."castrada com mordaças"..."amor e ódio"...

Gostei ...do seu...texto..."Indiferença"..."transformada na inércia"...

Abraço te