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O PODER FEMININO

 
 
O PODER FEMININO
 
CONTO DE REALISMO FANTÁSTICO

Em um mundo diferente mas ao mesmo tempo, a réplica do nosso, as mulheres eram toda a fonte de poder. Graças à elas, a energia vital do orbe, era regenerada de tempos em tempos, e a cada 2.500 anos, isso se fazia necessário...

A Senhora dos Cavalos, Felipa, chamou suas irmãs que faziam parte desse mundo pararelo, pois detinham toda a magia em suas auras, assim como ela, para a nova revitalização do orbe.

Nessa "Terra Pararela", ela habitava o Centro, o 'coração' desse lugar.

Havia uma cópia de cada um de nós, vivendo ali.

Os mesmos deuses antigos que foram cultuados pelos greco romanos, ali eram venerados. Mesmo sendo uma cópia do nosso planeta, apenas a civilização clássica permaneceu e eles não tiveram nenhuma outra forma de mudança, como a nossa Terra passou. no decorrer de sua História.

Era um mundo onde poderíamos nos sentir na Antiguidade Clássica.

Não haviam prédios ou sociedade guiada por um sistema, não havia tecnologia, carros ou aviões: entretanto, era um mundo de guerras entre povos, tal qual o nosso.

Essas guerras vinham exatamente nesses períodos, quando a energia ficava fraca, e tinha de ser restaurada pelas irmãs.

A primeira a chegar foi a Senhora dos Felinos, Taís (a que não pode ser fraca): de um cabelo loiro acobreado cheio e comprido, era esguia, mas muito temperamental, por ter o domínio sobre esse tipo de animal, ela possuía suas características: seus olhos mudavam no escuro, corria como uma cheeta, dava saltos de lince e podia dilacerar a carne de alguém com suas garras retráteis. Seu animal de estimação, era um leão que a acompanhava por toda parte, e quem ela dera o nome de Fidêncio que quer dizer: confiante, fiel.

Geralmente ela era encontrada nas florestas e pradarias. Mas tinha seu lar fixo, nas Terras Do Leste. Regia o elemento Terra.

Do alto de um monte, ela observava a chegada de suas outras irmãs, enquanto a Senhora dos Cavalos providenciava a grande mesa de oferendas às Deusas Afrodite e Palas Atena.

Das Terras do Norte ou Terras Altas, vinha a Senhora das Aves, Alessandra: uma bela ruiva de olhos extremamente verdes e seu animal de estimação era uma ave de rapina a quem nomeara de Fedon: "aquele que filosofa". Atuava com o elemento Ar.

Essa era uma mulher que detinha o conhecimento dado por Palas Atena: era sábia e justa.

Para isso fora criada pela deusa e recebera esse nome, para lembrar-se sempre do que significava: "resistente aos homens". Era a juíza de todas as Terras de Gaia. Mas isso implicava em permanecer virgem para o resto da vida.

Phoebe

A Senhora do Fogo era a irmã mais velha. Foi a terceira a chegar, vinda das Terras do Oeste.

Fiel à deusa Ferônia, tinha recebido o poder de criar fogo e detê-lo também, quando isso fosse necessário. Seu nome significava radiante, brilhante, assim como seu elemento: Fogo.

Já tinha seus cabelos inteiramente brancos, lisos e ralos. Mas não possuía rugas e seu corpo era como o de suas irmãs jovens: pois banhava-se todos os dias, nas águas das fontes termais e regenerativas de Ferônia. Ela não gostava de animais e por isso não possuía nenhum.

A última irmã a chegar foi A Senhora das Águas Azuis: Amanda ( digna de ser amada ).

Era uma nereida, de um cabelo loiro platinado, belíssima! Foi escolhida diretamente por Poseidon para ocupar essa função.

Morava nas Terras do Sul ou Terras Baixas, à beira do Oceano, para poder entrar quando precisasse.

Logicamente, ela era responsável pelo elemento Água.

Em terra, ganhava pernas, mas apenas por 12 horas, depois teria que passar mais 12 horas na água, voltando a ter sua cauda, para revigorar-se novamente.

Tinha o poder da sedução, recebido pela deusa Afrodite e podia criar água em um terreno seco, com o toque de suas mãos.

Era muito vaidosa e adornava-se de pérolas.

Vestia-se de azul quando estava em terra firme.

Reunidas depois dos últimos 2.500 anos, estavam ali as maiores representantes do Poder Feminino, para o ritual de energia. Mas existiam agora, novos inimigos do 'equilíbrio', e elas teria de combater em breve...

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Elas não sabiam, mas haviam vários mundos paralelos sempre com as mesmas cópias das pessoas, a única diferença, é que em cada mundo, a sua cópia, existia de outra maneira: com gostos, hábitos, caráter, adquiridos em cada forma de vivência...

Uma cópia de algum indivíduo, por exemplo, nos mundos possíveis pode ser alegre, noutro deprimido, uma pessoa gentil, noutro um criminoso, e por aí em diante...

Apenas a aparência é igual. Mas mesmo assim, podendo ser mudada: porque artificialmente pode-se trocar a cor de cabelo, pode-se comer mais e num mundo a cópia se gorda, noutro comer menos, e ser magra.

Sendo assim, na nossa Terra, existiam as 5 irmãs, não com os poderes das outras da "Terra Pararela de Gaia", mas pessoas normais que viviam seu dia a dia, sem imaginar o que ocorria em todos os mundos possíveis.

Tinham também pelo capricho do Universo( que projetara um único DNA, que era repetido para formar as cópias ) o mesmo nome em todos eles.

Existem pelo menos um sósia para cada pessoa na Terra. Mas uma cópia, é muito mais que simples aparência de um sósia:

Ela tem seu código genético, a Centelha Universal que foi dividida em muitas partes, tantas quanto forem os mundos possíveis...

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Um "buraco de minhoca", que é o termo usado pelos nossos cientistas, para um corpo passar rapidamente no tempo e espaço, sem ter que usar qualquer máquina para isso, foi o que permitiu essas cópias passarem para a Terra de Gaia.

As que passaram, vieram de um orbe atrasado em evolução e saíram no meio da savana, do outro lado do buraco. Confundidas com as 5 irmãs, que eram a chave do Poder Feminino, pelos camponeses, foram então levadas até a Terra do Centro, onde as verdadeiras Senhoras, estavam reunidas e tinham começado o ritual de energização.

As auras brilhantes, com cores do arco íris das Senhoras do Destino de Gaia, passavam um feixe de energia em círculo, quando foram interrompidas com a chegada dessas suas cópias.

Os camponeses ao perceberem seu erro, quando avistaram as verdadeiras Detentoras do Poder, ali, recuaram com medo. Como poderia ser aquilo? Duas de cada?

As 5 Senhoras se entreolharam sem entender nada, ao ver suas cópias frente a frente.

Nunca antes isso havia acontecido em toda história Universal. Era como ver seu reverso no espelho:

Elas tinham uma aparência gótica, noturna, bem diferentes das originais.

As vestes eram escuras, variando entre o preto, marrom e cinza.

O desequilíbrio estava começado. Pois sabiam de ambos os lados: Alguma coisa muito errada havia acontecido, para haver esse encontro. E se houvessem outras, se mais e mais fossem chegando?

O oráculo, a sacerdotisa Sofia, a sábia, teria de ser consultada.

Diziam que ela morava no reino lendário de Ofir. Era para lá que todas elas teriam de se dirigir.

Mas de uma coisa Felipa, que era o coração da sua Irmandade, sabia através da intuição que era o seu maior poder: Nenhuma cópia poderia ser tocada pela sua igual. Isso geraria um feixe de energia ímpar, uma explosão anti matéria.

Assim começou uma aventura de forças além do Bem e do Mal, para restaurar o equilíbrio do Universo e as 5 cópias voltarem para seu devido lugar, a Terra Pararela de Melanie( de aparência escura ).

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O grupo das dez mulheres, seguiria para Ofir, guiadas pelas ninfas trigêmeas, que eram as únicas que conheciam a localização do óraculo.

Desconfiadas, as irmãs que vieram da Terra de Melanie, aceitaram a proposta, por estarem sem alternativa para regressarem ao seu próprio mundo.

Teriam que passar pelo rio lodoso: era uma verdadeira armadilha para uma mulher, se fosse do nosso mundo. Mas para as Senhoras, que eram munidas de magia e poder sobre os elementos, isso não seria problema. Entretanto, suas cópias nada tinham de especial. Quando a primeira passou, já sentiu-se isso:

O rio lodoso, tragava-a como areia movediça... Suas irmãs a puxaram com força para retirá-la dali.

Pheobe, ergueu então seu cetro de poder para o rio, transformando-o através do fogo: o lodo tornou-se uma superfície petrificada, onde todas as outras puderam passar, depois do esfriamento da rocha, pela água que Amanda fez surgir de suas mãos.

Depois de 3 horas de caminhada, pararam para comer e procurar alguma fonte de água para Amanda entrar e restaurar suas forças e poder. Já estava esgotando seu prazo de 12 horas: logo suas pernas dariam lugar à uma bela cauda azul cintilante.

Somente 12 horas depois, poderia seguir viagem com o grupo, ao ter suas pernas novamente...

Isso era um grande obstáculo para a viagem, mas tinha que ser assim, porque todas teriam de estar juntas, quando chegassem à Ofir.

O segundo obstáculo na viagem veio logo depois de 2 horas que tinham recomeçado a caminhada: uma cadeia de montanhas erguia-se à frente e não havia como passar, teriam que achar outro caminho.

Taís, com sua sabedoria, ergueu sua ave e a enviou para procurar. Os olhos da ave tornavam-se seus: o que ela via era passado para sua dona.

Taís descobriu então, uma gruta. Essa passagem as levaria até o grande vale, que daria já bem perto da cidade de Ofir.

As 3 ninfas as guiavam cantando e dançando tão naturalmente, como era a caminhada para as outras.

De súbito, ouviram um barulho ensurdecedor, era um dragão desgarrado de seus companheiros que habitava as Terras do Oeste, onde Pheobe era a Senhora.

O dragão era fêmea, procurando seu filhote que havia saído do ovo, mas agora estava desaparecido. Certamente alguém o havia levado do local onde estava.

A fêmea agitada, somente parou com o som temeroso, quando a Senhora do Fogo, ergueu seu cetro na direção que vinha.

Telepaticamente domou o dragão fêmea, e soube o porque dela estar fora da sua terra de origem.

As 5 irmãs da Terra de Melanie, tomadas pelo medo do enorme dragão, ficaram escondidas atrás de rochas e moitas.

Mas as ninfas cantaram em volta do dragão fêmea acalmando seus instintos.

Pheobe então, lhe disse através da telepatia, que ajudaria a encontrar o filhote, desde que se comportasse.

Uma promessa que seria cumprida com certeza, pois para a Senhora do Fogo, seria fácil rastrear o pequeno ser que soltava seu elemento pela boca.

Filipa montada em um de seus cavalos, seguia à frente, pois estava preocupada: logo anoiteceria e os perigos noturnos eram grandes naquela região, além disso, as 5 'cópias', eram muito lentas, resmungavam o tempo todo, visivelmente aborrecidas com a demora.

Finalmente as ninfas apontaram para uma entrada, mostrando que ali era a Terra 'lendária' de Ofir.

Felipa desceu de seu cavalo e disse para todas as outras mulheres que ali estavam:

_ Vou na frente, o 'Coração' deve sempre ser aquele, que abre as portas para o restante.

As suas quatro irmãs detentoras dos elementos da natureza, esperaram juntamente com as demais, até que Felipa cruzasse o lago que separava o lugar onde aguardavam, da entrada (um portal) de Ofir.

Ali, Sofia, a sábia, daria a resposta para o que acontecia: o desequilíbrio no Universo gerado pelo encontro de pessoas que não deveriam ter contato em hipótese nenhuma...

******************************

continua...

Fátima Abreu
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/02/2013 23:11  Atualizado: 26/02/2013 23:11
 Re: O PODER FEMININO
Boa noite amiga Fatuquinha.
Lindo conto sobre a mulher.
Gostei imenso das suas palavras.
Beijinhos.

Frank_Mike