A criança. A vida. A candura...
Como é bom ter uma criança...
Em seu esplendor!
Seja como for.
Não pode faltar amor!
Senão ficam tristes descolorindo
Seu mundo de sonhos.
Sonhos: sonhados,
Não percebidos por sua inocência.
A criança. A vida. A candura...
A ternura de ser inocente
Compara-se ao bailar das folhas
Tocadas pelo vento...
Ao nascer do sol, ao brilho das estrelas,
No desabrochar das flores – um rebento!
Impetuoso perfume da vida...
No sabor dos doces, mesclados de carinho.
Tê-las ou não tê-las no seu ninho?
Um sorriso divino – valioso tesouro,
Renova a esperança - inspira confiança!
Guarulhos, 08/11/2014 – Mary Jun
Café gostoso
.
Quando menino eu tinha uma amiguinha.
Uma vizinha, às vezes,
nos convidava para tomar um café.
Ficávamos ambos, sozinhos, na cozinha,
o café recém-feito,
tão gostoso!!
Então imaginávamos que aquele era o nosso lar,
e morávamos lá, juntinhos,
unidos por um grande amor.
Adopções de Amor e Piedade
No seguimento da leitura feita hoje à partilha do poeta Correia - " E amanhã um anjo" venho partilhar, um poema infantil já guardado há dois anos atrás.
Adopções de Amor e Piedade
Capítulo Um – Manuel, o gato cantor
Era uma vez um gato chamado Manuel
assim baptizado por sua mãe adoptiva
pois que era um nome muito comum e
por essa razão, assim se deveria chamar
Manuel era um gatinho calmo e meigo
Que adorava mimos e outras ternuras
Não fora ele um derretido que se dava
Todinho nos colos dos pais e em turras
Manuel era um belo gato pardo cinzento
De focinho redondo e olhos verdes
Manelinho tinha mais cinco irmãos
E sabia que o afecto que recebia
Era igual para todos os manos
E assim era, apesar dele ser o meloso mor
De noite, subia à cama de sua mãe
E se aninhava suavemente a seu lado
De vez em quando, mamãe acordava
Cheia de cócegas que os seus bigodes
lhe faziam, porque Manelinho gostava
de ronronar em volta do rosto da mãe.
A mãe do Manelinho era esquisita
Depois de ser acordava, ela não se zangava
Acendia a luz da mesinha de cabeceira
Sorria para o Manelinho e abraçava-o
Depositando-lhe mutios beijos na testa
Aninhando-se, logo de seguida com ele
a dormir com um sorriso imenso na face
Manelinho gostava muito de cantar
Subia aos móveis para ficar mais alto
E dali miava bem alto suas cantorias
Mamãe sempre dizia: “ ainda me hás-de
Ajudar a pagar as contas com essa vozinha”
E ele ficava pensando“ ela é mesmo esquisita”
Cantava, mas cantava tanto, que os irmãos
Faziam uma grande galhofa gozando com ele
É que os irmãos gostavam mais de brincadeiras
desafiando-o constantemente para as correrias
Manuel descansava a voz e nem sempre queria brincar
O que originava algumas zangas bem sonoras
A que sua mãe assistia rindo a bom rir
E lá ficava ele pensando “ ela é mesmo esquisita
Nem se importa com as nossas zangas”
Numa casa grande toda disponibilizada para ele
Manelinho vivia feliz com todos os manos e os pais
E naquela casa a vida era boa e muito tranquila
como o deveria ser para todos os outros seres vivos
longe da crueldade e da insensibilidade humana.
O gato Manuel nasceu em 08/06/2009 e foi registado no Municipio de Lisboa com o nome de “Egas Manelinho”
Eureka, 04.09.2016
PEDACINHOS DE CRISTAL
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No Reino do rei Poema
e da rainha Poesia,
toda princesa é Fada,
quando não; é Poetisa.
Tem coração transparente,
brilho do mais fino cristal,
e com ele não se brinca,
mesmo não sendo por mal.
Se tu o riscares; ele trinca.
Se o maltratares; estilhaça
em miliumas estrelinhas,
tristemente apagadas
espalhadas pelo chão.
Tão diferentes daquelas,
quando olhamos para o alto,
e vemos quais uns olhinhos,
brilhando no céu azulzinho...
[piscando intermitentemente]
Fazendo a gente também piscar.
...incluso na prova final de interpretação de texto para alunos da Educação infantil/Fundamental por quatro anos consecutivos á convite do Colégio Gauss, Niterói, RJ,
D. Cegonha
D.CEGONHA
A lezíria acordou cedo
Já é grande a confusão
O almoço não está azedo
Querem todos uma refeição.
Sr. Coelho sai a saltitar
Molha as patas na geada
Mas não consegue esperar
Que a fome é apertada.
Lá vem a D. Cegonha
De papo bem levantado
Mas hoje vem enfandonha
Tráz até um ar perturbado.
Anda pela lezíria vaidosa
Mora num vigésimo andar
Morada até perigosa?!
P'rós filhotes a chegar.
De vez em quando ela espreita
P'ra ver Sr. Sapo saltar
Já é tarde quando se deita
Mas sonha que o há-de apanhar.
Ai Jesus! Grita o Sr. Sapo!
Todo ele em alvoroço
D. Cegonha e seu papo
Preparam-se para o almoço.
Logo ali uma algazarra
Até foge D. Libelinha
Também a D. Cigarra
Esquecera a fome que tinha.
Logo passa por ali
D. Doninha acompanhada
Ai Jesus! Que mesmo aqui
Vai ela atravessar a estrada.
Foi tamanho o alarido
Que ao rio Sr. Sapo caíu
Mas que almoço tão sofrido
Molhou-se está cheio de frio.
O rato do campo foge
E evita a confusão
E diz:
Meu Deus que dia o de hoje
Quase morri do coração.
D.Cegonha extenuada
Vai para casa de para-pente
No papo não leva nada.
E já nem sabe o que sente.
Chega de pronto a Lua Cheia
Descansada está então
A barriga não está cheia
E p'ra maior confusão
Passa a rasar Sr. Falcão.
Ai Jesus, como vai ser
Já não posso ir cear não
Já está a anoitecer
É a hora do ladrão
Não quero mais confusão.
Cá em baixo, há grandes sustos
Muitos olhos a brilhar
Por entre aqueles arbustos
Quem é que pode confiar?
rosafogo
Esta histórinha, fiz p'ra minha neta ler na 3ª
classe, mas hoje dedico à minha amiga Sterea
porque sei que ela adora, ler história para adormecer.
A lagartixa Rosinha
.
Conheço uma lagartixa,
Rosinha é o nome dela;
simpática e brincalhona
e além disso muito bela.
Tem uma pele bonita,
tem uma cauda comprida;
tomando banhos de sol
parece que está dormida.
Tem uma língua retrátil,
mas não gosta de fofoca,
serve apenas pra levar
os insetos para a boca.
Rosinha é muito querida,
ela é culta e educada,
nunca faz mal a ninguém
e nunca fica zangada!
Lua
Lua
És tão brilhante
E animante
E também és fascinante.
Lua
És redonda
E atrevida
Espreitas os namorados
De noite e de dia.
Lua
Da meia-noite
Ilumina cá para baixo
Perdi os meu amigos
E no escuro não os acho.
Miguel 4ºano Trofa
O meu Jardim
O MEU JARDIM
P'la manhã nasce o Sol
Aquece toda a Natureza
E logo o Sr. caracol
Aparece, com toda a ligeireza!
No jardim surge a fadiga
Uns rastejam, outros esvoaçam
E logo a Dª.Formiga
Diz bom dia aos que passam.
Alegre o Sr. Sapo
Coaxa a manhã inteira
Arfando ao Sol o seu papo
Com alegria verdadeira!
D.ª Abelha que é mestra!?
Percorre todas as flores
Dª.Cigarra dorme a sesta
E depois, canta aos amores!
Que aflição ali vai!
D. Gafanhoto saltou!
Foi ver, quem deu um ai
Quem a Minhoca devorou?!
D. Grilo de preta asa
Deixou logo de cantar!?
Vendo pousado na salsa
Um passarinho a chilrear!
Dª.Aranha que é esperta
Vai tecendo a sua teia
Cai um incauto, está certa
Que já tem a sua ceia!
É noite, já todos dormem
Só D. Morcego procura...
Chega a Lua e chega bem
Cobre-os a todos com ternura.
Me perdoem os amigos da poesia, espero não me levem a mal, porque hoje o «serão» é para crianças.
rosafogo
Esta ideia de postar poesia infantil surgiu ao ler a poesia de hoje da Poeta amiga Sterea.
Romance dos grilos enamorados
.
I
Debaixo dum choupo,
por entre as violetas,
cantam as cigarras,
voam borboletas.
Lindo roseiral
perto se encontrava,
onde tão feliz
as vespa libava.
Também mora lá
um grilinho lindo,
ao que todos chamam
Grilo Gumersindo.
Este bom grilinho
tem um grande amor,
que ele mantém vivo
com zelo e fervor.
Apenas a noite
pousa na floresta,
os grilos convocam
sua mágica orquestra.
Mas nosso grilinho
não quer mais tocar
porque à sua querida
não pode encontrar.
E assim toda a noite
E assim todo o dia,
muito a procurava,
nunca aparecia.
Um dia Gumersindo
foi lá para o Céu,
Porque sem a amada
de pena morreu.
II
Quando um grilo quer assim,
desse jeito, desse modo,
perder o ser mais querido
é perder seu mundo todo.
O destino da grilinha
afinal é revelado,
foi um menino ruim
quem a tinha capturado.
Então ela ficou presa,
numa latinha, encerrada;
por causa de tal tormento
muito sofreu, a coitada.
Até que passado um ano
os papais puderam ver
o mal que o filho causara
com o seu mau proceder.
Depois dela ficar livre
procura ao seu grande amor,
mas sabendo da sua sorte,
morre transida de dor.
Este drama, esta tragédia,
poderia ter-se evitado,
se nenhum bichinho fosse
prendido nem maltratado.
Quem sendo menino goza
com ato tão desumano,
pode acabar finalmente
convertido num tirano.
O mundo dos sinais
Encerrado no teu mundo
perfeito e impenetrável
onde é difícil entrar
e interpretar os sinais,
desvendar os teus mistérios,
poder contigo brincar
Crias rotinas de vida
Que não deixas partilhar.
E finges que nem me vês.
No autismo dos teus sonhos
és um menino diferente...
Criança tão especial!
É na leveza das águas
que te soltas, que te entregas
às carícias de um amigo
que, apesar, de ser golfinho,
permites que te dê beijos
que agradeces com abraços
Conheces bem os seus sons
e respondes aos seus estímulos
com um sorriso rasgado
e captas as vibrações,
sabes sua linguagem,
com ele te comunicas.
A mim tu não te revelas,
sou só um simples mortal!
Maria Fernanda Reis Esteves
49 anos
Natural de Setúbal
Email: nandaesteves@sapo.pt