DOLCE VITA
Dás, tiras, emprestas, devolves
supra-sumo do meu espírito.
Furacão em ti tudo envolves,
Oh Vida! és o universo, o infinito.
Povoaste o meu corpo,
ele que te serve, que te segue,
que espera o próximo porto,
a terra nova...
Atrás o meu Mundo,
embriagado em sensações...
Vagabundo
escravo das paixões.
Outra vez aquela brisa!
hum... vamos Zarpar
a teu lado Profetisa,
pelos 7 mares conquistar.
Não importa naufragar,
derramar sangue e lágrimas.
Quero sentir, sentir-te,
Oh dádiva dos mortais...
Minha 'Dolce Vita'!
LUZ
Um dia caminharei
sem a tua certeza,
e jamais definharei
sobre a avareza
das lágrimas
que aqui hoje te dei.
Levarei comigo
apenas eu, só eu,
e matarei teu amigo,
quem te protegeu.
Repudiarei teu nome
na parede da minha
frustração, passarás fome
sozinha.
Arderás ao frio
cega pelo breu.
Súplicas ao vazio,
preces em vão,
cinzas sem destino,
os sons que se ouvirão
na tua brasa, pelo teu assassino.
Sobre a misericórdia
cuspirei o teu último fôlego,
ensanguentado na tua agonia,
pelo fim sôfrego.
Gozarei o silêncio,
Lambusar-me-ei ao som da vingança
voltando ao inicio,
o dia em que me levaste a esperança.
Preso nos buracos,
onde a exaustão cavou
o sucumbir dos bravos,
descansarei
no leito desta promessa
que hoje selei e quebrei.
E nessa luz
rejubilo hoje,
na flor que é a vida.
Este saber já não foge
de minha mente tão ávida.
Pois descobri uma amiga,
a liberdade num espírito,
como deve ser antiga.
Veste os sonhos
fugidos dos poetas
e pintou a lua
nas mil cores das suas paletas.
Loucura | Razão
És luz intermitente
na razão ou loucura.
Constante e permanente,
Deus, vulgar, suja, pura.
Máscara sensual,
embriagada em nada.
Debaixo desse visual,
sem-abrigo, p'lo teu mal esfarrapada.
Reinas sobre o ideal,
No Trono de Deus sentada,
Amas incomensurávelmente, tão real...
Protegido por ti, pela tua espada.
Nenhum, é tua essência.
Neste segundo mato quem a conheça!
Quero-te somente, além existência.
Tira-me tanto, minha cabeça...
Inspiração
Longe de mim
gritas teu nome
não te aprendi
tenho-te fome!
Filtro d'entulho
deixaste-me suterrado,
nada oiço de tanto barulho
desolante condado.
Ao teu leme pisei
solo virgem
versos quase saciei,
longinqua paragem.
Oh rota d'obras-primas
despe-me do vulgar
quero lágrimas
do teu mar.
Chave do Sublime
Hey! Isto é uma tentativa falhada à partida porque tem o objectivo de colocar em palavras, algo extraordinariamente único. Que nem a filósofos, pensadores, sacerdotes, canções, textos ou poemas ouvi falar. Desconheço o seu tamanho, porque o fim nunca avistei, nem olhando bem lá no fundo. Não é racional, não se rege por leis lógicas, dado que se assim fosse não teria razão alguma para existir, e mesmo que existisse há muito que se teria desvanecido, porque o que faz mal demais não deve existir. Desperta emoções e sentimentos, mas não o devemos confundir com as mesmas, que são estados do nosso espírito. Isto influencia directamente e como nada tais estados, envolvendo o mesmo numa espécie invólucro, áurea. É o clima da minha alma, o que lhe dá o Sol, assim como a chuva, a neve, o gelo, as nuvens e o nevoeiro. Óbvio que toda a nossa alma é influenciada por vários climas, mas este consegue ter primazia sobre todos o outros. Às vezes pergunto-me se já nasceu comigo ou se entrou dentro de mim um dia destes. Mas a resposta para nada serve. Facto é que se revelou há algum tempo, e nem com o passar do tempo se desvaneceu. Tem a capacidade de originar tempestades cá dentro, capazes de tirar todo o suporte que me sustenta no chão. Antagónicamente consegue levar-me ao sítio mais perto que o meu espírito esteve do "Paraíso". Tem o poder do pesadelo e do sonho. E como é bom sonhar através dele... Mas como disse anteriormente não é lógico e é impossível de controlar manifestando-se deveras inconstante, consumidor, destrutivo. Ele comunica comigo, através de pensamentos, imagens, sonhos, voz... apontando sempre para a mesma direcção. A chave que lhe fecharia a porta de onde lhe vem a escuridão e abriria outra para a luz, para os mistérios do sublime, a derradeira força da vida, onde o Sol é o Imperador Supremo de Algo onde espaço, tempo e matéria não existem. E como ele me faz lembrar de ti, como me faz sonhar contigo, como me faz pensar sempre em ti, como sussurra o teu nome nos momentos de solidão... Madalena.
O Meu Fado
Saudade
faz-me viver,
chorar a lembrança.
Aperto, verdade,
dolorosa esperança!
Olhar o horizonte,
esperar,
desejar o voltar.
Acordes do passado,
lágrimas da minha alma
cantam fado.
Não ter,
querer tocar,
beijar esse coração
agarrado à paixão...
Arder!
Ventos levem estes versos,
pela vontade.
De minha história são excertos,
Saudade.
os fortes!
Falam em vida,
nunca nasceram.
Dizem acerca da morte,
fogem cegos d'imensa sorte.
Aprisionam-se, torturam-se...
Anulam a luz,
gelam labaredas,
roubam caminhos cravando fendas.
Desafortunados,
revogaram a mão, o ombro.
Rastejam, esfolam-se esses mutilados.
Todos com destino, condenados...
A Imponência Existe
Algo em descendente,
Como cair num copo sem fundo,
De lâminas passo rente,
Sob labaredas deixo este Mundo...
A imponência contemplo,
Sangue já não me contamina,
A vida não flui sobre o tempo,
Posso viajar sem pisar uma mina.
Horizonte inexistente...
Numa simbiose latente,
Sou espaço e matéria,
Fogo propulsor da energia.
De mim vem o Poder,
Inferior nada é,
Igual nada é,
Existência avassaladora faz-me Viver.
Como que puxado,
Em ascendente sou levado,
O sonho acabou,
A consciência despertou..
Fi-lo também há mais de dois anos, com 18 e é impressionante que cresci, mudei muito mas amaneira de ver e sentir as coisas continua igual. Como se aquela essência estivesse lá desde a nascença e continuasse intacta até à morte.
Quando começamos a ficar agarrados
Atracção à primeira vista,
Com essa culpada inocência,
Beijas-me na incoerência,
Deixas sempre uma pista...
Poderosa sedução,
Encaixe perfeito,
Luxúria da sensação,
Contigo tudo pode ser feito.
Esse lado implacável,
Começas a revelar,
Visão do insaciável,
Ages de modo certeiro sem esperar.
Começas por agarrar,
Vomitas ciúme,
Tudo queres afastar,
Mas sais sempre impune.
Uma Relação carnal,
Só eu e tu...
Num transe irracional,
Sugas a razão.
Viver deixa de ser fundamental,
Pelo vacúo bate o coração.
Minas os caminhos trilhados,
Irreversivel a nossa jornada,
Sem destino sempre unidos,
Levas-me sobre o nada...
Minha Alma Gémea
Como te tenho procurado... Por onde andes não desistas. Não tenhas medo, algures neste Mundo proteger-te-ei. Desculpa por não estar ao pé de ti para te dar o refúgio dos meus braços. Não fiques triste, não chores, parte-me o coração não te poder reconfortar. Sei que te sentes sozinha, mas um dia iremos adormecer nos lençóis do amor, o resto da nossa existência. Não deixes a nascente da tua esperança secar. Um dia os nossos rios irão formar novamente um. Que saudades tenho de ti. Desde o dia da reencarnação, na procura da perfeição. Como é difícil sem ti. Não desanimes, não desistas de procurar, meu amor. É Ele que me diz todos os dias, nos sonhos, na oração, na meditação que nos encontraremos nesta vida. Nunca mais me separarei de ti. Não me importa a elevação do espírito. O inferno não queima mais que as saudades que te tenho.
Nunca deixarei de te procurar...
Amo-te do fundo da minha existência, metade da minha essência.