Nascem gotas de orvalho
matizadas por sensações várias
vividas em horas que fizeram dias
de vivências por desvendar;
Em cada gota...
uma espera feita partida
em encontro sem o contacto
dos corpos que reclamam união
em leito onde adormecem
noites de solidão;
Em cada gota...
um gesto feito adeus
perdido na crueldade
da ida sem regresso
ao mundo onde acordam
os dias de desilusão;
Nascem gotas de orvalho
tão perto dos olhos que fixam
pontos indefinidos da distância
que separa o real do ser
com o querer de alguém,
que fico sem saber
se sendo lágrimas ...
são minhas, se são tuas,
ou de ninguém!
"A ausência só é efectiva quando a presença nos é, ou foi, indiferente" (Ajota)