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Poemas : 

RIO ANUNCIADO

 
Perturba-me um rio anunciado
a revoltar-se em desejo alucinado
pelas margens que lhe ganho por ciúme
do espelho onde o próprio céu se assume.

Perturba-me um fascínio inquietante
pelas águas que me arrastam a alma errante
em golfadas de rio aventureiro,
invasor das terras que semeio...

E não sei se me debato, se me entrego...
correm-me sulcos de sina já gravada
nas mãos cheias da dor que já não nego...

E não sei se me seco, se me alago
no leito da paixão renunciada,
mas que volta, em ciclos certos de afago...

Teresa Teixeira


 
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Enviado por Tópico
Henricabilio
Publicado: 05/01/2010 11:56  Atualizado: 05/01/2010 11:56
Colaborador
Usuário desde: 02/04/2009
Localidade: Caldas da Rainha - Portugal
Mensagens: 6963
 Re: RIO ANUNCIADO
Vejo que andas numa fase em que a água é a alegoria que transmite os teus sentimentos...
Talvez seja a chuva que cai, que esteja a servir de veio condutor.

Boas inspirações!
Abraçooo!
Abílio


Enviado por Tópico
Moreno
Publicado: 05/01/2010 12:08  Atualizado: 05/01/2010 12:08
Colaborador
Usuário desde: 09/01/2009
Localidade:
Mensagens: 3482
 Re: RIO ANUNCIADO
as águas revoltas da paixão surgem ora perturbantes, ora mansas...

há que navegar...

beijinho

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/01/2010 12:10  Atualizado: 05/01/2010 12:10
 Re: RIO ANUNCIADO
Importa que não haja ilusões sobre este ponto: é
que todos podemos morrer de sede em pleno mar.

Beijo

"Grapilho"

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/01/2010 22:04  Atualizado: 06/01/2010 22:04
 Re: RIO ANUNCIADO
Um amor por uma terra que tem também um rio dentro de si. A água, milagre da vida, trás também muitas vezes o sofrimento de a ver galgar terras ainda marcadas pela labuta dos tempos. Em todo o seu esplendor vive o acoitamento desse rio com a sua própria vida e seus ciclos de renascimento.
São dois amores onde as diferenças fazem o belo, escolher impossível, de tanto tempo juntos jamais saberiam viver separados. O homem é que tem por hábito interferir no que não lhe diz respeito, no passado a terra e o rio sempre se entenderam, e daí tiravam o seu proveito.
Belo poema Teresa
Beijo
JLL

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