Poemas -> Reflexão : 

PRELÚDIO DE UM SUICIDIO ANUNCIADO

 

PRELÚDIO DE UM SUICIDIO ANUNCIADO



Viver?! Não, viver não é isto
Na tristeza deste dia-a-dia
Só pensar que ainda existo
Já é motivo de agonia

Andar na escuridão das ruas estreitas
Gravitar no lixo por alguma comida
Ter febre, tosse, e outras maleitas
Beber na rua água poluída

Sangrar dos pés em meios sapatos
É tão grande a sua desdita
Nem se lembra que tem pés chatos
Na magia do abraço não acredita

Quem sofre o que ele já sofreu
Esqueceu o que é fraternidade
Pensa que se ainda não morreu
É porque não atingiu a idade

Realidade nua e crua
Triste palco desta vida
A viver perdido na rua
A ver a ponte como ponte de saída

Frio e fadiga física e mental
Nesta vida já não existe
Não quer ir à cura no hospital
Chegou ao fim, agora desiste

Mas sabe que só vai morrer
Quando olhar o rio e disser: salta
Não deixa ninguém a sofrer
E a ninguém vai fazer falta.


Animarolim . 2010-02-26

 
Autor
animarolim
 
Texto
Data
Leituras
1048
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 28/02/2010 02:40  Atualizado: 28/02/2010 02:40
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 17875
 Re: PRELÚDIO DE UM SUICIDIO ANUNCIADO
De doer os ossos! É como se tivessemos trocando olhares com um mundo que não muda a paisagem.
A verdade ingrata emociona. Esse poema coloca a mão na ferida. Parabéns! bj