põe-te nas putas

pensei em ratear a minha puta mas ninguém lhe pegava inteira quanto mais dividida. pensei melhor e conclui que as mamas sem rosto ficavam-lhe melhor e cú sem as costas também. então rateei. foi a leilão num sábado de manhã, que é o meio dia de folga das putas. era ver a puta rateada disposto aos molhos sobre os olhares curiosos e famintos dos assalariados prontos a disparar notas e mais notas na disputa de cada naco de carne. rendeu-me um belo terreno ali para os lados da várzea e a liquidação das dívidas ao estado. estou como quero agora, sem dívidas e sem fodas, estou como quero e bem fodido, quem me dera! a puta passava as manhã a fazer-me belos broches, vendia-os todos os sábados na feira, uns acabamentos perfeitinhos, a um euro e meio. agora já nem broches me faz para eu vender, rateei-a. saiu no semanário da terra do dia seguinte, em letras gordas, puta rateada atinge montante exorbitante, digno de figurar no próximo livro do jóse rodrigues dos santos. na tasca do zé do bode o domingo pacato entre neguinhos de aguardente foi substituído pela azáfama das folhas do jornal à procura da puta rateada. a minha rica puta transformada em manchete de jornal e conversa casual. eu apanhei um daqueles arrependimentos que são para a vida, as putas que nos pertencem devem ficar connosco, ou outros que se fodam sozinhos que já são crescidos, eu sempre fui daqueles que precisa de quem os foda para saber o que custa a vida. a fim de pagar este pecado que me perseguia dia e noite ao ponto de encharcar os lençóis, decidi semear putas no terreno da várzea, comprado com os vinténs da puta rateada. foi numa manhã de primavera regada de sol e chuva, rasguei as entranhas da terra e enterrei sete putas em cada valeiro, a cada intervalo uma couve lombarda. dizem que as putas nascem mais tenras e frescas ao pé da couve.