Qual cisne branco que em noite de lua
Mostra suas asas sob o céu azul,
Minha fragata, num sonho, flutua,
Beijando os mares de norte a sul.
E a minha pátria, tão vasta e sozinha,
Chorosa pela falta de seus filhos,
Mas já regresso, ó pátria mãe minha,
Vê que voltamos, como estribilhos.
Sob os coqueiros das tuas enseadas
Hei de regar a sede dos teus seios,
Que dá nas deusas marinhas e aladas,
Carentes das tuas mãos, dos teus esteios.
Belo regresso, pelas madrugadas,
Que já decerto viram sol inteiro,
Vamos voltando, entre as águas salgadas:
Cada marujo, um lindo brasileiro.
"A poesia é como o sexo: você nunca sabe se a alegria que sente está sendo compartilhada." (Cesare Pavese apud Fabrício Carpinejar)