pena da dita!

_declaro a dita (pausa. respirações ofegantes na sala): culpada!


os rostos dos presentes embaciaram-se de lágrimas. a dita de pé gritou uma inocência mas a senhora doutora juíza já tinha ditado a sentença, saiu escoltada por uma dúzia de agentes, armados de palavras tortas e tretas. queriam decretar-lhe morte, apanhou apenas pena suspensa por uma semana. organizaram-se sem pré-aviso e decretaram uma emboscada à senhora doutora juíza, armadas de vassouras e panos de limpar o pó. fizeram-lhe uma rusga à saída do tribunal e disseram em uníssono:_ a senhora doutora juíza é frívola! a senhora doutora juíza é frívola,devia sentar o cu no mocho! devia sentar o cu no mocho! mas o mocho falou: _ aqui ninguém se senta que sou o dono da noite.bancos há muitos,seus palermas.sentem-se e rezem baixinho,sem fazer alarde de maior. _ e piando, abriu asas e sobrevoou o tribunal de martelo na pata. nisto, ouve-se o bater do relógio e o cuco residente a escarafunchar o nariz e a pendurar os macacos no código penal, numa afronta a todas as leis lamechas e amochadas no cu das bruxas. fugiram todas com o rabinho entre as pernas não fossem os macacos ser portadores de inocências ao mesmo tempo que o martelo caiu e lhes partiu os dentes. agora é vê-las sorrir sem....