Luso-Poemas
 
Poemas : 

Os meios do costume

 
Vozes não deturpem
Não estripem as vísceras
Não desencadeiem rumores

Não inventem falatórios
Não dissequem o mau cheiro
Nem desenvolvam invenções

Vozes tenham tino se açaimem
Nas defesas coriáceas
Protejam-se dos infractores

Não frequentem laboratórios
Em gesto alcoviteiro
De construir sugestões

Vozes vejam onde cabem
Sem sujeitarem a falácias
Por via de simples rancores

Não invadam purgatórios
Desse modo prazenteiro
Poderão ter dissabores

Querer mais do que se tem
Pela inveja possessiva
É não ser pessoa de bem
E pela voz gastar saliva
Seguir sem pisar ninguém
É exultar a própria vida


António MR Martins

2010.07.28

António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...

 
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António MR Martins
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Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
jaber
Publicado: 28/07/2010 00:22  Atualizado: 28/07/2010 00:22
Membro de honra
Usuário desde: 24/07/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 2780
 Re: Os meios do costume
bem passada a ideia fulcral,numa linguagem simples e escorreita. o ultimo verso, pelo resumo que encerra remete-nos para aleixo.

Abraço Antonio

Enviado por Tópico
LaRoche
Publicado: 28/07/2010 00:34  Atualizado: 28/07/2010 00:34
Colaborador
Usuário desde: 26/02/2010
Localidade:
Mensagens: 706
 Re: Os meios do costume
Ser correcto é simples, ser simples é ser respeitoso. Um texto bem conseguido. Parabéns.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 28/07/2010 12:32  Atualizado: 28/07/2010 12:32
 Re: Os meios do costume
OLa Antonio

Um poema de nobre mensagem
O respeito é um dom que tem que ser treinado em muitos de nós

Respeitar e ser respeitado é um dualismo que só está ao alcance dos mais ricos de espirito

Beijinhos

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