eu relento. tu relentas. ele relenta. nós relentamos...

as árvores são tão grandes e caminham em direcção a casa, pelo meio um carreiro estreito ladeado de pequenas flores e ao fundo tu, avó, sentada de costas, cabeça inclinada para o lado esquerdo. eu sou tão pequena que cada passo meu é uma corrida. quando finalmente te alcanço sei dos teus cabelos brancos aos ombros, um pouco acima a boca num sorriso enorme. quando te abraço, esfumas-te. quando te procuro, não estás. e há as árvores e o carreiro e as flores e uma encosta voltada para poente onde uma nuvem cai. a casa é um pedaço de madeira velha pousada num morro.sento-me, espero que anoiteça para ouvir os grilos.