Poemas : 

Caminho marginal a Sião

 
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Do cume de Sião surge o Rio,
O manancial das palavras de conforto nefasto -
Sustentado pelo conformismo impotente.

E margeando a estrada de ouro da vida
Corre o Rio
Incumbido da saciedade eterna.

Hoje o caminho brilha,
Como um sorriso sarcástico,
Lavado no sangue da paz pela espada -
A Sua espada -
Que concretiza Suas proposições pela guerra.
Tão ferina
Quanto à língua ultrajante
Que professa a tranquilidade
Pelo aniquilamento.

Anoitece enquanto me aproximo de Sião.
As velas foram apagadas pelas lágrimas da culpa
De crianças,
Que foram perdidas pelo caminho
Como pedágio da Santidade.

Quem iluminará o caminho estreito a Sião?
Nossos guias foram cegados,
Feridos em suas retinas,
Pela soberba Luz da Verdade.

Contudo, empunhando minha bússola,
Vejo que o meu norte
Destoa da orientação de outros companheiros.
Por caminhos distintos,
E plagiando escritos divinos,
Escrevo minhas próprias deliberações de Luz

Chego ao alto de Sião,
Pelo caminho desconhecido dos Santos,
E ouço o Cântico
Em memória dos que morreram em vida
E assassinaram o resquício de Deus
Que há de legado -
O livre-arbítrio.


"A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito." Manoel de Barros

 
Autor
Cleber
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