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Quando não salta-me aos olhos

 
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Engrandeceria o silêncio da lingua
Se o adocicado fosse
O absinto que embebeda os loucos
E a loucura as vezes não parecesse
Uma tragada de liberdade

Esfaquearia o profeta da praça
Se nossa doentia sanidade
Não pintasse de normalidade
Nossa caridade erguida na fumaça
Satisfeita com o pão embolorado
Que empurramos goela abaixo
ao nosso sentimento de culpa.

Compreenderia o silêncio da lingua
Se a fome fosse apenas
O prenúncio de uma próxima refeição
E não o preço pago pela saciedade.

Mas que tolice...
Pois esfaqueio o profeta da praça...
Esbofeteio os olhos úmidos...
Cuspo a chaga exposta...
Quando reitero que isso não faz parte
Do meu mundo.


"A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito." Manoel de Barros

 
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Cleber
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Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 17/12/2009 16:20  Atualizado: 17/12/2009 16:20
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Usuário desde: 29/10/2008
Localidade: guimarães
Mensagens: 7238
 Re: Quando não me salta aos olhos para cleber
como te entendo...excelente na forma de o dizer.

abraço,
alex


Enviado por Tópico
antóniocasado
Publicado: 17/12/2009 19:55  Atualizado: 17/12/2009 19:55
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 Re: Quando não salta-me aos olhos
Ola

Marginar a vontade alheia
- Tê-la como nossa.

A revolta é um lírio com espinhos
na mesa da promessa.

Salvam-se aqueles que saltaram da cruz
Dos dias
E deram passos pelos seus próprios pés
Espezinhando a mentira e a hipocrisia.

De que importa a pedra
Se chamo a verdade pelo nome
E as mãos que a atiram
Morrem por isso de agonia!?

Está lindo o poema
antóniocasado


Enviado por Tópico
Egéria
Publicado: 18/12/2009 10:55  Atualizado: 18/12/2009 10:55
Usuário desde: 28/09/2009
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 Re: Quando não salta-me aos olhos
A tua poesia fascina-me...parabéns.
Beijo.