Sonetos : 

Inofensivo

 
Estou cada vez mais inofensivo,
De rabo entre as pernas, muito manso,
Troquei a aventura pelo descanso,
Parece que tomei um sedativo.

Não sinto, nem procuro a paixão,
Não lanço mais olhares atrevidos,
Perdi o meu controlo dos sentidos,
Ficando adormecido, um morcão.

E eu que fui outrora um pistoleiro
De rápido gatilho, e certeiro,
Mais rápido que a sombra, um Romeu,

Deixei secar a pólvora no bornal,
Cheguei à conclusão que, afinal,
A sombra é já mais rápida que eu.

 
Autor
ImprovávelPoeta
 
Texto
Data
Leituras
1396
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
luciusantonius
Publicado: 25/09/2010 21:26  Atualizado: 25/09/2010 21:26
Colaborador
Usuário desde: 01/09/2008
Localidade:
Mensagens: 669
 Re: Inofensivo
Caro poeta
Há muito que o não vemos por estas paragens. Faz falta, os seus sonetos são inconfundíveis. Quanto à «mansidão» de que fala, é inexorável produto do tempo, ou então crise passageira…

O nosso abraço
Antonius

Enviado por Tópico
anakosby
Publicado: 12/12/2010 23:19  Atualizado: 12/12/2010 23:19
Colaborador
Usuário desde: 12/04/2010
Localidade: Torres
Mensagens: 1739
 Re: Inofensivo
Imagina se fosse provável!

Adorei teu soneto!

beijo