Poemas : 

Deserto de Paixões

 
Ou a gente olha,
refuga a náusea,
pulsa as veias,
abre o peito,
entesa os músculos,
e chora até de raiva...

Ou a morte
já nos sobe
pelas pernas,
pelas mãos,
pelos cabelos,
pelos olhos...

A morte vem sempre
pelas extremidades
expostas ao mundo;
ela vem,
pelas desistências,
pelos medos,
pela vida entregue,
pelo fazer por menos,
pelos braços sem luta...

Desertada das paixões,
a vida escoa lenta...
é rio meandroso
que não luta contra
acidentes geográficos.

O tédio da vida medíocre,
o branco n’alma...
Desse mal branco,
morre boa parte
a humanidade...

[Penas do Desterro, 25 de novembro de 2010]

 
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crstopa
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