Oh Mulher!
Sois dos meus olhos o pranto,
De vos ter por tão pouco…
Vós, moldada, toldada e em canto,
Oirada em asas d’ um amor rouco,
Na voz d’ um trovador louco,
Incompleto, qual desejo e encanto.
Oh Mulher!
Vós, por elfos, serafins e sereias,
Serenada debaixo da lua,
À luz do sol, imaginada nua.
Amada a vossa imagem crua,
Por nós coitados regateias,
E mais clamais sem medidas meias.
Oh Mulher!
Qual embuste ou ratoeira,
Apregoais-me sem dó nem piedade.
Que mais quereis no vossa beira,
O meu amor sem idade?
Já o tereis e outros! Numa irmandade,
Desnudados no escaparate, a vossa feira!
O Verde - 2010