Sonetos : 

MEUS SONETOS VOLUME 098

 
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1

Não tendo mais sequer qualquer algema
Iremos mais libertos pelas ruas,
Enquanto tantas vezes já flutuas
Distante da mentira e sem problema

Eu faço da alegria o meu emblema
Estendo na varanda várias luas,
Estrelas vão surgindo belas; nuas
Não há nem mais fantasmas que se tema.

Tu és de toda a glória, a responsável
No amor que é muito mais que imaginável
Sabendo da esperança o seu trejeito.

Feitio deste terno? Desde cedo
Guardado sob a forma de segredo:
Adoro com certeza esse teu jeito.
Marcos Loures


2


" Quando teu corpo exausto dorme,
o fluídico ruma em paz para o Astral
deixando atrás de si o rastro enorme
da sua luz brilhante e Divinal! "

CHAPLIN

Não tendo mais saída que conforme
Derramas estupenda e magistral
Magia que refaz do que disforme
Mostrara-se em momento desigual,

Por mais que a realidade vã deforme
Tu és a prova mágica e cabal
Da luz que em claridade assim se forme,
Criada por um Ser fenomenal.

Poeta e companheiro de viagem,
A cada verso teu; sublime imagem,
Moldada por divina inspiração,

Ousando transmitir felicidade
Alio-me tomando a liberdade
Sabendo quanto é forte esta união...



3

Não tendo mais paragem nesta vida,
Depois de tanta morte, espero a minha
Enquanto se prepara a despedida
O fim da minha estrada se avizinha.

Vagando sem destino, ganho os matos.
Montanhas, descaminhos, onde estou?
As cenas tão iguais, mesmos retratos,
Apenas o deserto me restou...

Quem sabe o que deseja, sempre sonha,
Porém o que fazer se nada sei,
Na seca que tomou Jequitinhonha
Quem come algum calango vira rei.

Qual gado se perdendo em tanta fome,
Minha alma de meu corpo quase some...
Marcos Loures


4

Não tendo em minha vida urze nem cruz
Estendo o coração neste varal,
Enfrento qualquer medo ou temporal,
Sabendo que contenho imensa luz.

Ao vento da saudade eu já me opus,
E desta luta insana, triunfal,
Fazendo do teu corpo a catedral
Que imensa fantasia reproduz.

Ao ver depois de tudo, um horizonte,
A vida vai cessando o seu desmonte
Depois de tanto tempo em dura espera

Renasço e vou feliz, sabendo disto.
Repito novamente – sempre insisto-
Amor fazendo amor, prazeres gera.
Marcos Loures


5

Não tendo a sobremesa sobre a mesa
Nem tendo algum disfarce mais sutil,
Num átimo se pego de surpresa
Venal eu vejo o vento vindo vil.

Carnais e sensuais, dos sais destreza
Sereia se essa areia for gentil.
A maga quando amarga tal magreza
Aderna a primavera que pariu.

Não tendo mais amêndoa, com certeza
A bênção permitida asso no grill.
O jeito é disfarça fingir que viu

O que se mostra em ostra sem beleza
Assaz o que ora assaste não se preza
Se a presa sem ter pressa já caiu...


6

Não temos que temer perigo algum
Se estamos lado a lado, sigo em frente,
Que a vida se promete em claro zoom
Forrando em alegria corpo e mente.

Amor sem desespero pacifica,
Vivendo tão somente este prazer
Tornando a nossa estrada flórea e rica
Mudando toda forma de viver.

Baladas escutamos noite afora,
Dançando com estrelas e cometas,
A fonte que ilumina revigora
Cupido sem juízo, tontas setas

Tramando um Eldorado em descoberta
Amor em alegria é festa certa

7

Não temo, em nosso caso, os teus segredos;
Guardados nestes cofres mais sombrios...
Traduzem sensações de tantos medos
Cortando nossas tramas, traços, fios...

Se vim atrás dos sonhos em dura areia
Na praia dos meus versos me embriago.
E te quero, te entranhando em minha veia,
Em todos os sentidos, capto e trago.

As vozes esquecidas que não cortam
Retornam lentamente sem verdades,
Os dias que mal nascem já se abortam
São simples rachaduras sem saudades...

Eu quero elevação duma maré
Trazendo; em nosso amor, destino e fé...


8

Não temo tempestades que vierem
Sou simples cantador sem emoção,
As ondas desses mares se quiserem
Que busquem noutro mar um furacão.

Não quero te dizer dessa magia
Que sempre foi meu porto de partida
Porém a escuridão deste meu dia
Transporta minha dor por toda a vida...

Desculpe se não passo triunfante
Nem minto o que mais sinto, tanto amor...
Viver é um perigo tão constante
Mas, lírico, desejo mar e flor...

Amor sendo o meu mote preferido,
É manso como um parto, dolorido...


9


Não temo tempestades ao teu lado,
Carinho e proteção. Desejo intenso..
Deitando meu cansaço e abraçado
Em teu corpo, querida; sempre penso

No tempo que passei desconsolado
Na busca de um carinho tão imenso
Às portas da tristeza e bem cansado
Achei que viveria sempre tenso

Na angústia dolorida do vazio.
A vida se passava sem surpresas,
Vivendo por viver no eterno frio.

Mas quando te senti; amada minha,
A sorte revelando outras certezas
Meu peito no teu colo, amor, aninha...


10

Não temo tal mordaz caricatura
Que fazes deste amor que se perdeu.
Amando simplesmente encontro cura,
No braço que entregaste, um sonho meu.

Amada como o fogo nos consome,
Assim como a tristeza nos devora.
Matando em nosso amor, a minha fome,
Percebo uma alegria sem ter hora.

Desculpas para amar, não necessito,
Amar é minha sina e disto gosto.
Apaixonadamente sigo o rito
Nos braços de quem amo, logo encosto.

E vejo em meu amor, a plenitude;
Amor traz alegria e mais saúde...


11

Não temo solidão, sempre alivia.
A vida na prisão é minha sina...
A noite do que fui promete dia
Cavalo que montei perdeu a crina

Meus versos é completa fantasia
Amor que não me marca pede esquina
O tempo que não chega se esvazia.
O tanto que te quis, me desatina...

Roubo dessas verdades o sentido.
Possuído possuo velhas cruzes.
Amor que nunca veio, estou vencido...

O verbo que conjugo não traz rima,
Caminhos espinhentos sugam luzes
As urzes companheiras, minha estima...


12

Não temo sequer dores nem tormentas,
Nos laços deste amor que é nosso guia.
As luzes de esperança logo aumentas
Como toda uma emoção, pura magia.

No sonho venturoso deste amor
Debruço meus olhares mais felizes.
Fazendo deste canto o meu louvor
Preservando a minha alma de deslizes.

Nós somos caminheiros sem descanso,
Na busca da total felicidade.
Meu corpo no teu corpo, num remanso
Num encanto divino, liberdade.

O dia renascendo cor de rosa,
Beijando bela estrela tão vaidosa...
Marcos Loures

13

Não temo o que virá depois, após
O tempo em que passamos tão distantes,
O rio se perdendo em variantes
Diversas do que fora, outrora, a foz.

O pensamento livre é mais veloz,
Mas segue por caminhos inconstantes.
Alvoreceres vários já garantes,
Porém a solidão se torna algoz.

Revendo os erros todos cometidos
Vontades vão roçando os meus sentidos
E entrego-me na força de teus braços

Sabendo que depois de tanto tempo
Encara novamente um contratempo,
O coração imerso em belos paços
Marcos Loures


14

Não temo o que restou de teu veneno
Que teima em me beijar e dar prazer.
Se longe dos teus medos inda aceno
Queimando em teu desejo quero ter.

Se tu és todo o senso dos amores
Que cores e clichês não quero mais.
No palco desta vida dois atores
Buscando a fantasia, sem ter paz.

E vibro em nossas mansas ojerizas
Rasgando logo o verbo em nossa teia.
Se tenho o que não tens e não precisas
Depois a nossa cama se incendeia...

E somos dos venenos que tragamos,
Iguais em quase tudo, nos amamos!


15

Não temo o funeral dessa esperança...
Caminho transbordando meus enfados
Os dias já mataram tal criança,
Sem bosques, campos, perco os belos prados.

Quem me pedia estranha temperança
Prefere perceber seres alados.
Nos salões onde, louca, finges dança,
Meus olhos se fechando, enfim, cansados.

Anda, levante tuas mãos sangrentas!
Não tente sepultar as minhas tardes.
As formas de viver já não enfrentas.

Nas luas que queimaram, já não ardes.
Os olhos empapuças com mentiras.
Nas ondas deste mar, já não me atiras!


16

Não temo o chegar cedo ou chegar tarde,
Instantes são cometas, mas não voltam...
Arredio, buscando a liberdade,
Amarras e grilhões, os versos soltam...

Amor se recomeça. Traz saudade
Que corta e não recorta. Já me escoltam
As velhas cicatrizes. Na verdade
Depois de certo tempo nem se notam.

Meus ideais ainda são faróis,
Embora sem o brilho da ilusão.
Cerzindo uma esperança, rasgo o cós

E deixo esta nudez quase que exposta.
Apenso a pedir o seu perdão,
A boca desdentada ri, mas gosta...

Marcos Loures



17

Não temo nem sequer a própria morte,
Lutando contra o medo, dura fera,
A solidão que tantas vezes dá meu norte
Garanto, não resiste à primavera.

Vergando em alegria, muda a sorte,
Do canto em amizade que se espera
Na paz que nos redima e nos conforte,
A vida em plena paz já se tempera.

O peito em cata-vento sente a brisa
Que mansa, em placidez sempre me avisa
Que o sonho na verdade é bem possível.

Do quanto uma amizade é necessária
Vencendo esta quimera temerária
Num elo que se faz incorruptível...

Marcos Loures


18

Não temo nem o corte, ou cicatriz
Transforma-se em sublime tatuagem.
Outrora, simplesmente um aprendiz
Aprende a conhecer nesta viagem

O quanto se é possível ser feliz,
Vestindo este desejo. E na roupagem
Carrego a vida apenas por um triz
Negando quaisquer luzes: é miragem.

De nossos corpos nus e sem pudores,
Audazes, nossos sonhos tentadores.
No qual minha vontade enfim se aninha.

Fazendo desta história quase um hino,
O gozo mais sublime eu descortino
Pensando em tua pele junto à minha.
Marcos Loures


19


Não temo nem a dor nem a saudade
São pedras principais do meu cantar.
As asas preconizam liberdade
A liberdade busca o vôo, o ar

Não acredito em medos, veleidade,
Espalho meu tormento, intenso amar,
Bebendo temerário, a tempestade
Soltando a minha voz, vou sem parar...

A fé num novo dia que renasce
Em toda a fantasia que tiver
Vivendo sem segredo e sem disfarce

Meus olhos refletindo os olhos teus,
Tua beleza intensa de mulher
É prova sim, que existe um grande Deus...

20

Não tenho mais o medo desta estrada
Caminho sem sequer olhar p’rá trás.
Pois eu trago os olhares da amada
Guardados na guaiaca, vivo em paz...

Em todas as jornadas pela vida
Guardei as esperanças no bornal.
Não lembro de viver da despedida,
Meu canto sempre muda qual jornal.

Vivendo tanto amor sem ter saudade
Salvando minha pele nas tocaias.
A noite traduzindo liberdade,
Morena, belas coxas sob as saias...

O meu amor por ti é sempre urgente.
Por isso caminhar tocando em frente

21

Não tenho mais na vida, quaisquer queixas
E cato os meus cavacos espalhados,
Carpindo os risos tolos, desfraldados,
Encontro em ti, à noite, divas, gueixas.

Soubesse te dizer, faria endechas
Em versos tão sutis, transfigurados,
Porém ao vislumbrar terríveis prados,
Recebo de teus olhos novas deixas.

Havendo o que não tive e sem tempero,
Acendes toda noite o meu isqueiro
Na chama da fornalha repartida.

Repatriando antigos firmamentos,
Eu sinto pelo menos por momentos
A sorte derradeira e prometida.
Marcos Loures


22


Não tenho mais ciúmes te garanto,
Seria uma tolice se tu fosses
Atrás deste panaca sem encanto
Que forja sem pudores falsos doces.

O moço me parece, mas nem sei,
Tem pinta de boiola, um velho gay
Usando este disfarce mal e mal,
Passar neste retrato a pá de cal

Que possa disfarçar cara de pau,
Do jegue que tentando ser venal
Com rabo muito grande e bem guloso

Não pode ver ninguém aqui feliz,
Que mete o seu bedelho, o seu nariz
Escroto catarrento e adiposo...
Marcos Loures


23

Não tenho compromissos com ninguém,
A poesia rola em minhas veias
Distante do que pensas e incendeias
Versando sobre aquilo que convém.

Se nada do que tive ainda tem
O coração imerso em várias teias.
Não quero ser decerto isto que anseias,
Dos versos mais perfeitos, vou aquém...

Meu mundo não caiu nem cairá,
Eu morro a cada dia mais um pouco,
Não vou ficar gritando feito um louco

E digo esta verdade desde já,
Apenas um poeta e nada mais
Guardando mil palavras nos bornais...

24



Não tenho como ofício, a fantasia,
Espectros desfilando pela sala
São coisas que fomentam poesia,
Porém a voz cansada nada fala.

O amor que engalanando nos abala,
Fornalha que depressa tudo esfria,
A noite anterior se foi de gala
Agora nos traduz melancolia...

Acendo estes luzeiros, porém sei
Que a tempestade entorna em minha grei
A plúmbea realidade. Não escapo.

Achar a solução? Ah quem me dera,
A flor que imaginei na primavera
Jogada pelos cantos, virou trapo...


9725

Não tenhas mais ciúmes, meu amor,
Sou teu. De ti jamais me afastarei.
Teu beijo carinhoso e sedutor
Por certo, tantas vezes me entreguei.

Ao ver o teu sorriso tentador
Não sabes quanto tempo imaginei
Amor da lua é sempre enganador,
Somente o teu amor, sei que terei..

Só peço que tu venhas para cá,
Deitar-te do meu lado, ser só minha.
Amor igual, jamais encontrará,

E podes ter certeza do que digo,
A noite que se chega e se avizinha,
Dará ao teu desejo todo abrigo...
Marcos Loures


26


Não tenha tanto medo de partir,
O bem de uma alegria é teu tesouro,
E quando vejo um bem imorredouro
Nos olhos garantindo um bom porvir

Eu posso acreditar e dividir
Contigo a fantasia em que me douro,
Sabendo deste encanto duradouro,
O melhor; ninguém pode impedir.

Assim nós poderemos perceber
Que o tempo se propõe ao bel prazer
E vence os temporais tão corriqueiros.

A brisa que balança estes coqueiros
Na praia em ondas segue baixos e altos
Superando temores, sobressaltos...


27

Não tenha tanto medo de chegar
Garanto que jamais farei sofrer
Aquela que me trouxe este luar
Banhando minha vida em bem querer.

Beijando tua boca devagar,
Encontro o que eu pensava merecer
Não deixo de, querida, te adorar,
Somente em teu amor, quero viver.

Distâncias não são nada pra quem ama,
Estou perto de ti, a todo instante
Acendo bem mansinho a brasa, a chama

E vejo o regozijo do teu gozo.
Suores e delícias... Triunfante
Amor que a gente faz é tão gostoso...


28

Não temo e não entendo por que mentes
Sabendo do que sabes já de mim.
Desejos de amizade são prementes,
Porém triste vazio segue enfim

Os olhos que se foram quais dementes
Secando quaisquer flores do jardim,
Mentindo-me, decerto crava os dentes
Rasgando a minha pele até o fim...

Nas ondas que distinguem a amizade
Talvez percebas inda este marulho.
Rastejas sobre um frágil pedregulho,

Mas tens um não sei que de qualidade
Que faz com que eu perdoe este falsete,
Embora não te lance mais confete...
Marcos Loures


29

Não temo a sorte, corte; quiçá trevas.
As neves,tuas preces, nem teu rogo.
Espero, espreito, oculto, sei teu jogo...
Nos rios, ritos, sinto quando nevas

Nas almas, dores, flores, tudo levas...
Teimando em glosas, queimas, cessa o fogo;
Embora tão distante, és desafogo..
Na tua mansidão a todos cevas,

Esperando, espreitando, na tocaia,
Tocas, retocas, sabes dar o bote...
N’hora certa, entoando o velho mote...

De ti, cada momento, que se espraia,
É como navegar , teu rumo, norte...
Nossa boda infalível... Velha Morte!


30


Não teme estupidez que traga o corte
Quem sabe dos desígnios de um amor.
Palavra abençoada que conforte
Carinho que se mostre alentador.

Vibrando em alegria a cada mote,
Recebo a bela flor deste canteiro,
O amor que se mostrou sublime dote
Sincero e com certeza, verdadeiro.

Assíduas esperanças fazem ronda
Durante a nossa noite em plenitude.
A lua se desnuda e assim redonda
Demonstra muito além do que já pude

Com versos, poesias, pensamentos,
Argenta com ternura estes momentos...
Marcos Loures


31

Não temas, minha amada, tal mensagem,
Os Deuses já nos amam totalmente,
Pressentem a beleza da visagem
Que, aos poucos, vai tomando nossa mente...

Na mansidão segura da viagem
Um coração que voa nunca mente,
E sabe que encontrou melhor paragem
No coração que encanta, simplesmente...

Confio em cada verso que me traz
O vento benfazejo da esperança.
Por isso, em nosso amor, sou bem capaz

De mergulhar tão manso e tão profundo.
Envolto nos teus braços, sem tardança;
Sou o ser mais feliz que há nesse mundo!


32

Não temas velhas curvas nem esquinas
Enquanto a caravana segue em frente
Os lábios em que cedo determinas
Viagem que este sonho nos contente.

Olhando para os lados, outra gente
Distante do que sabes e fascinas
Em farpas nos provocam de repente,
Os cegam as palavras diamantinas.

Talvez ainda creia ser possível
Um tempo em que alegria prevaleça,
Não tendo uma emoção que me envileça

Apenas usufruo do poder
De ter em minhas mãos, por sonho incrível
Teus olhos delirantes de prazer...
Marcos Loures


33

Não temas quando amor chamar teu nome
E embora possa às vezes machucar
O amor não se permite sonegar,
É vela que ilumina e se consome.

Não há quem o domine nem o dome
E mesmo quando vem a nos sangrar
Mudando cada estrela de lugar
Esconde-se, porém o amor não some.

Eternizado a vida, cada filho
Permite que se faça o mesmo trilho
Num brilho sem igual, expressa a luz

Do Deus que nos criou em tanto amor,
De todos os momentos, condutor
Que à glória em plenitude nos conduz...
Marcos Loures


34

Não temas este abismo, tempo/vida.
Retorno depois disto, amada minha.
Buscando em precipício outra saída
Do amor que tão estranho nos aninha.

No poço de ternuras dor perdida
Um ave migratória, uma andorinha
Vagueia prometendo despedida,
Mas logo se calando, vai sozinha.

Então guardo de ti perfume raro
Em tantos jasmineiros e roseiras.
Persigo cada passo pelo faro

Encontro-te calada; nas estradas,
Protegida das dores feiticeiras,
Nas mãos as belas flores orvalhadas...


35

Não temas essa dor; ela revolta,
Machuca, te maltrata, mas passa...
Alegria; tentaste, andando solta,
As dores se esvaindo na fumaça...

Querida, por que foste tão criança,
Amor que tanto tinhas; se perdeu...
Agora adormecido na lembrança
De um tempo mais feliz que já morreu!

Mas sinto tanta sorte em tua vida,
Que nada que passou deixou saudades.
A noite brilhará em ti, querida,
Decerto tu terás mais claridades...

Não deixe que a quimera te maltrate;
Amor que se passou; puro descarte...


36

Não tema; meu amor, nada separa
As almas dos amantes se sinceras.
A sensação divina e que é tão cara
Encara as tempestades, duras feras...

A força de teu braço me antepara
Mesmo que sejam longas esperas
A marcha deste amor ninguém mais pára,
Por maiores que sejam as crateras

Abertas nos caminhos de quem ama
As asas da emoção superam tudo.
Não há vento que apague a forte chama

Que queima no meu peito enamorado.
Mas precisa cultivo. Eu não me iludo,
Lutando a cada dia, do teu lado...


37

Não tema tais transtornos, tantos, trágicos.
São temas que traduzem tristes tramas.
Por mais que te entristeçam, tornam mágicos,
Os dias, harmonias, se bem amas.

Servindo se, bem vindo, quem te serve.
Sorvendo sentimentos, sem sofrer.
Se fores buscar flores, nessa neve,
Em troca, tanto espinho, podes ter...

Amigo, seu castigo passará,
Mas tente se entreter sem ter tristeza,
O tempo, em seus tentáculos dirá
Que morre tempestade em correnteza.

E flui, depois de tanto navegar,
Pras ondas tão serenas, manso mar...


38

Não tema se caíres, companheiro,
A vida nos permite um novo tom
Vencer a solidão, é mais que dom,
Certeza de um bom dia corriqueiro.

O sol é muito além deste luzeiro,
O vento espalha em brisa um doce som
Debaixo da coberta, do edredom
Tu perdes este encanto alvissareiro.

Não deixe que os caminhos percam rumo,
Os erros que cometo logo assumo
E bebo deste sumo da amizade.

Sabendo quanto é bom, cabeça erguida,
Cumprir várias etapas desta vida
Buscando deste sol, a claridade!
Marcos Loures


39

Não tema os pedregulhos do caminho,
Ensinam valorar felicidade
A rosa conhecendo cada espinho
Perfuma este jardim sem falsidade.

O encanto de saber do burburinho
Do rio que em tempestas tudo invade
E quando desfilando de mansinho
Traduz a plena paz, tranqüilidade...

O dia nascerá. No amanhecer
O brilho sempre volta a renascer,
Iluminando a estrada de quem crê.

A força que permite que prossiga
Existe dentro em nós querida amiga,
Só basta olhar pra dentro de você...
Marcos Loures


40

Não tema o meu cantar, isso eu te peço!
Meu verso é manso e calmo como a brisa.
Meus erros, todos eles, te confesso
Amor vem de surpresa, nunca avisa.

Às vezes nos meus sonhos eu tropeço
A base de um amor, por vezes lisa;
Jogando-me pr’o chão! Mas eu mereço!
A dor que traz prazer é bem concisa!

Mas viver, por si mesmo; é um perigo.
Não ligue se me corto... A cicatriz
Eu guardo com carinho, aqui; comigo.

Quem quer toda alegria e o bom do gozo,
Quem quer, enfim, na vida ser feliz
Sabe que o amor é muito perigoso...

Marcos Loures


41

Não tema o falatório, é pura inveja
Da gente que não sabe o que é o amor.
A gente tendo tudo o que deseja,
Esquece com certeza este temor.

Jamais te deixarei, por isso veja
O quanto é nosso sonho, encantador,
Se a vida para outrem só relampeja
Decerto encontrarás aqui o ardor

De quem por tanto tempo andou sozinho,
Vagando pelas noites, sem ninguém,
O amor que nos domina enquanto vem

Aquece nossa vida em tal carinho,
A lágrima que traz tanta amargura,
Agora em alegrias se depura...
Marcos Loures


42

Não tema o contratempo desta ausência,
Pois sei que logo estaremos unidos.
Cada dia distante é penitência
Certeza de outros sonos mal dormidos,
Porém é necessário a paciência
Assim os nossos medos vão vencidos...

Contigo, minha amada, a vida inteira.
Não tenha uma incerteza em tua mente.
A seta de Cupido é tão certeira
Que nada mudará no amor da gente.
Paixão que nos devora, verdadeira,
Calor de teus abraços, envolvente...

Pois seja pro que der, para onde eu for
Sempre estarei contigo, meu amor...
Marcos Loures


43

Não tema meu amor, o doce vento
Que veio desta praia-coração.
Na vida é necessário o sentimento
Que nos transborda, encharca de emoção...

Não tenho amor assim itinerante,
Apenas eu me entrego totalmente,
Falena quando vê luz radiante,
Ao ver já se encantou. Amar urgente!

Não fico na tocaia nem disfarço,
Sou mais revelador do que pareço.
Não temo me entregar passo por passo,
Viver é necessário, eu não me esqueço...

O sol que brilhará nesta manhã
Não deixa que uma vida passe, vã...


44

Não tema esta saudade, companheira.
Apenas representa o que valeu.
Do amor que em nossa vida apareceu
Saudade desfraldando esta bandeira

Além de uma promessa corriqueira,
O encontro que entre nós, raro se deu
Sabendo deste amor que é teu e meu
Promete uma emoção mais verdadeira.

Por mais que erremos, saiba que inda quero
O amor que se mostrou intensamente,
No dia que virá, já se pressente

Um tempo que desejo e agora espero
Aonde nosso amor enfim renasça
E a sorte que buscamos se refaça...
Marcos Loures


45


Não tema esta mulher maravilhosa
Que sonha e que deseja ser feliz.
Estrela que bem sei tão radiosa
Do amor e da esperança uma aprendiz

Que tece com carinho e mão fogosa
Aquilo que deseja e tanto quis.
Porém em seus pudores, vai medrosa,
Mas escute este verso que eu te fiz

Falando da vontade de sentir
Teus lábios em meus lábios com prazer.
A pele te roçando, poder ver

Vulcão em chama intensa a se explodir,
Menina, eu te quero uma mulher,
Sabendo com firmeza o que mais quer...


46


Não tema esse ciúme em tal delírio
Não fiques chateada assim querida...
De tudo neste mundo, em tal martírio,
Maior brilho que temos, nossa vida!

Desejo teu desejo, companheira,
A tua companhia me faz falta.
Amar é ser feliz a vida inteira,
Dançamos em conjunto na ribalta.

Não penses que castigo o meu amor,
Não toco nos teus brios, quero os seios...
Vivendo nosso caso sem rancor,
Não tenha desse amor nenhum receio...

Eu quero tanto amor num manso dia,
Em nome dessa amada poesia!!!!!


47


Não tema essa má sorte nem quimeras.
Nos vasos que se quebram em suores,
As horas mais felizes, primaveras,
Virão de outros momentos bem melhores...

Nas amplas maravilhas que virão,
Os ódios e os temores adormecem,
Libere com ternura o coração,
Que as musas recatadas sempre tecem...

Não tema essa verdade que se oculta
Nas tramas mais doridas deste sonho
Silêncio delicado já se ausculta

Envolto num carinho mais risonho...
E lembre-se, afinal, minha querida,
Que um certo alguém já te adorou na vida...


48

Não tema atravessar a ponte estreita
Senão tu perderás uma bela ilha.
Andando é que se foge de uma espreita
Quem pára já sucumbe e nunca brilha.

A dor de uma derrota é mais aceita
Que o medo de seguir por uma trilha.
A trama que se faz, mesmo desfeita,
Não deixa que te prendam com anilha.

Aliás, se temeres, já perdeste,
É dura uma derrota para o nada.
Se a vida assim, amiga, percebeste;

Terás orgulho em cada cicatriz.
Melhor do que o vazio; derrotada.
Não tenha medo, então; de ser feliz!


49

Não tema a tempestade que vier
É dela que se aprende uma lição.
No corpo delicado da mulher
Às vezes encontrei a perdição.

Mas tendo uma esperança costumeira
Encaro com vontade um desafio,
Hedônico caminho, uma bandeira
Desfraldo e quero sempre até vicio.

Depois da cachoeira vem remanso,
O mundo não se mostra assim algoz
Enquanto com prazer o mar alcanço

Sabendo deste amor que existe em nós,
As águas no oceano calmo e manso
Derramam calmaria em cada foz...
Marcos Loures


9750

Não temas, minha amada, tal mensagem,
Os Deuses já nos amam totalmente,
Pressentem a beleza da visagem
Que, aos poucos, vai tomando nossa mente...

Na mansidão segura da viagem
Um coração que voa nunca mente,
E sabe que encontrou melhor paragem
No coração que encanta, simplesmente...

Confio em cada verso que me traz
O vento benfazejo da esperança.
Por isso, em nosso amor, sou bem capaz

De mergulhar tão manso e tão profundo.
Envolto nos teus braços, sem tardança;
Sou o ser mais feliz que há nesse mundo!


51

Não tem com certeza este veneno,
Atrai como se fosse um doce vício
De mel e de aguardente. Desd' início
Queria te sentir com gozo pleno

De amor e de vontade de viver
Na eterna primavera e juventude
Que restitui a força e a saúde
Com toda a plenitude do prazer...

Nas cores deste amor, caleidoscópio
Rodando em minha mente sem parar,
Te provo com desejos sei do ópio
Que forma toda essência do luar

Que toca nossa boca em pleno mel,
Meu sonho de viver-te e ser teu céu...


52


Não te vejo, faz tempo, minha amiga.
A vida nos levou por outros mares
Eu sei quanto é preciso que prossiga,
Mesmo que diferentes os lugares
A vida em solidão nos desabriga
E torna mais difíceis os sonhares.

Mas só em te saber aqui por perto
Meu coração se mostra satisfeito,
Promessa de um oásis num deserto,
Acelerando enfim, o velho peito
Que agora se pressente mais aberto
A receber o bem que é de direito

Daquele que percebe ser real
O que sempre mostrou-se magistral...


53

Não te quero cativa, pois sou teu,
Meu mundo no teu mundo se encontrou
No instante em que me sonho se perdeu,
Deitando meu prazer que te buscou,

Rainha que em espasmos me domina,
No afã de ter teu corpo junto a mim,
Adentro bem voraz a bela mina,
E vou com tal volúpia até o fim.

Revelo meu desejo em cada verso,
Nadando nos teus mares, oceanos.
Rondando com meus beijos universos,
Vasculho teus caminhos sem enganos.

E assim somos um só, ninguém separa
O que o amor uniu em noite clara...
Marcos Loures


54

Não te falo em meu nome, sou poeta!
As dores eu encaro com sorriso...
A minha vida segue mais completa
Das trevas vou fazendo o paraíso!

Quando escrevo pensando na miséria,
Eu penso em nosso amado brasileiro.
A treva que se abate é coisa séria,
Orgulho se perdendo num braseiro.

Tendo as filhas vendidas nas estradas,
Tendo os filhos morrendo sem remédio!
Mulheres tão sofridas do sertão...

Os homens engolidos pela fome.
O calor, um incêndio que consome,
O sol vai congelado na amplidão!
Marcos Loures


55

Não te desejo o mal, somente o nada.
Não guardo mais rancor sequer protesto.
A tarde que chegou, des’perançada;
Repete em minha vida, o mesmo gesto.

As mãos que imaginei, eram de fada,
Do que tanto quisera, em dor me infesto,
A sorte que eu queria, apunhalada.
E faço em cada verso um manifesto

Falando deste sonho que morreu,
Falando desta luz que se apagou.
Falando deste encanto, todo teu

Que dorme numa recanto, esvaecido.
Apenas demonstrando o que restou
Do amor que se perdeu, sem ter nem sido.


56

Não te darei sequer algum motivo,
Para que não me mordas, tentadora...
Se sei que cada dia novo vivo,
Na espera dessa noite redentora...

Nosso caso maltrata, pois lascivo;
Nós somos personagens dessa autora,
A vida... Tanto amor assim não privo,
Nossa felicidade, geradora!

Penetro essas entranhas, sexo, ventre...
Não permites sequer que eu me concentre,
Me jogas, tresloucada, na parede...

A vida me provoca um histerismo,
Mergulho, tão demente o teu abismo...
Tu és fonte que mata toda sede...
Marcos Loures


57

Não te amo por que és bela; o tempo passa
E toma o que a natura te entregou.
O corpo é simplesmente uma carcaça
Que a maviosa tela emoldurou.

O dia vai passando e não disfarça
Mas o fundamental ele deixou.
A corda principal nunca se esgarça
Foi ela, meu amor; que nos atou.

Não amo-te também pelo prazer
Que sempre se arrefeça com o tempo.
Depois de tudo, amor para viver

Precisa de algo além que uma emoção.
Vencendo toda dor e contratempo,
Eu te amo. Não precisa explicação!

Marcos Loures


58

Não suporto melosas melodias
Tampouco lambidelas venenosas.
Enquanto toda noite tu fingias
Esganava-me usando estas ventosas.

Ao mesmo tempo enquanto me inebrias
Fazendo tais promessas venturosas,
Com olhos e apetite das harpias
Demonstras ironias quando gozas.

Cantando bem airosa no chuveiro,
Farsante, transformando num put..iro
Aquilo que eu pensara ser um lar.

Figura com certeza, demoníaca,
Se bem, disse o doutor: Ninfomaníaca!
Depois que morde assim, quer assoprar...

Marcos Loures


59

Não temo mais trevas, bebo os breus
Nos laços que traçamos, minha amiga.
Decerto desconheço um triste adeus
Em paz a nossa vida, assim, prossiga.

Os passos que se dão em vento incréu
Jamais nos levarão a conhecer
A perfeição que existe após o véu
Das nuvens que me impedem de saber

Do brilho que percebo deste sol,
Que mesmo que se esconda, eu sei virá.
O quanto é necessário aqui ou lá

Viver esta amizade qual farol,
Um dia mostrará com perfeição
A força que demonstra uma união..
Marcos Loures


60

Não temo mais os uivos de um cachorro
Que teima em desfilar tanto veneno.
Não vejo mais estorvo e subo o morro,
O coração batendo forte e pleno.

Se às vezes mais esguio ainda escorro
Talvez seja algum vício mais ameno.
Da briga na verdade eu nunca corro,
Mas me socorro em ti, amor sereno.

Se enfrento este sereno na alvorada
Eu sei que sol virá em pouco tempo.
Vencer com mansidão um contratempo,

Deitando com preguiça na almofada
É tudo o que desejo, venha já
Que o sol com toda força nascerá...


61

Não temo mais invernos nem geadas
Apego meu calor, nossa fornalha,
Depois de tantas lida, tão cansadas
As pernas se descansam da batalha.

A vida que me trouxe tanta neve
Agora se promete fruto e flor
Minha alma com tua alma fica leve
Nas asas do divino e claro amor.

Eu quero me encostar nestes teus braços
Deitar minha cabeça de mansinho,
Dormir aconchegado em teus abraços,
Fazer destes seus seios, o meu ninho.

Amor eu te proponho esse verão
Que nunca tenha inverno ou solidão.


62

Não temo mais as dores, vis infames
Extensões terríveis do passado,
Por mais que tantas vezes tu reclames,
Eu continuo sempre do teu lado.

Mesquinharias; deixo e vou em frente,
Não quero reviver os sofrimentos,
Às vezes nosso amor, cedo pressente
A tempestade feita em duros ventos.

Abrindo em guarda-sol minha esperança,
Tempero com carinho os disparates.
A voz em agonia então se lança,
Impede que o amor; cedo maltrates.

Um álibi que trago aqui comigo,
O meu passado feito em desabrigo...


63

Não temo mais a face da quimera
Disfarces vou usando pela vida.
Eternamente em plena primavera
Espero por teus cânticos, querida...

Saudade tão perversa, não me toca,
Tocaias que preparo são diversas.
Amor mesmo demais, quando sufoca
Prefiro que essas dores tão perversas...

Não temo a solidão, inverno e frio,
Anseio pelos seios da morena...
Não temo um coração triste e vazio,
À noite a solução de longe acena...

E mostrando esse amor em claros dentes
Sorrisos dessas pernas envolventes...


64


Não sinto, minha amiga mais cansaços
De ver tantas falácias sem sentido.
Estendo, calmamente, os longos braços
Percebo que vivi bem distraído...

Amores se quadrúpedes vigoram
Se estúpidos verberam no non sense
No vácuo dum cérebro se estouram
E não há santo algum que o convence...

A vida necrofágica e sem prumo,
Em tal alegoria se desmonta.
Portanto viva tudo até que o sumo
Te deixe de prazer, tão louca e tonta...

Quem sabe assim termine o longo dia
E possa conhecer a poesia...


65

Não sinto os desenganos da partida
Pois sei que bem mais cedo voltarás;
Por isso não te falo em despedida,
Apenas te direi: vem logo mais...

Se traço meu destino com o teu
Se vejo minha vida em novos planos,
Se sei que meu destino se perdeu
Nos braços mais divinos, soberanos...

A glória de saber tua existência
Não deixa-me saber de mais tristezas.
A vida não sugere penitência,
Transformo minhas dúvidas; certezas...

E sonho, finalmente, em livre ter
A força que me ensinas, de viver...


66


Não sinto medo, cálice sem vinho,
Nem trafego tão trôpego, vacilo.
Da morte foste lívido bacilo,
Meu Deus porque me deixas tão sozinho!?

Não haverá perguntas sem respostas,
Tampouco tenho lúdicas manhãs,
Acolho restos, fétidas e vãs,
A vida retalhada nessas postas...

Cheguei a crer, estúpido que eu era,
Que foste minha métrica, meus versos,
Agora sei, restou dos universos,

Um só poema, lúbrica quimera,
Matando desde então a primavera
Com risos de ironia, tão perversos..
Marcos Loures


67

Não sinto mais o frio que sentia
Ao ter determinado meu futuro
Sabendo, com certeza que viria
O tempo mais suave e mais seguro.

O manso sentimento que carrego
Amor em placidez, tanta ternura.
Sabendo que desejo nunca nego
Espero nos teus braços, aventura...

Amada não pressinto desespero
Nem dores que me queimam ou maltratem.
A vida nos teus braços tem tempero
Nos nós que não permito se desatem...

Amada, como é bom saber de ti...
Nos braços mais macios, me perdi...


68

Não seremos; amigo apenas dois cordeiros
Aos quais o medo impõe a cruel agonia
A mão que me afagava, a mesma que em sangria
Mostrava sem pudor motivos verdadeiros

Matando quem buscava em noite amarga e fria,
Alentos mais gentis, talvez os derradeiros
Às dores tão cruéis. Pastores trapaceiros
Movidos por dinheiro, iludem. Fantasia...

Unidos, caro amigo, o mundo fica leve
Todo tormento passa, a dor já não se atreve
A fazer moradia; esvai-se num momento.

Estradas, com certeza, as mais belas e flóreas
Nos laços da amizade, a luz trazendo as glórias
Que enfim permitirão o fim do sofrimento...


69

Não serei menestrel, quiçá bufão,
Apenas um velhaco trovador
Que sabe misturar prazer e dor,
Num verso todo feito em perversão.

Se a história se contenta com versão
Useira e trapaceira do senhor,
Um servo vai fazendo o seu louvor
Mesmo que isto inda cause uma aversão.

Tijolo por tijolo, perco a lógica,
Mentira sem resposta é antológica,
E vira realidade, de repente,

Pacato cidadão; faço das unhas
Distante assim, talvez, do que supunhas,
As garras de um leão; cego e sem dente...


70

Não ser além, no mar, que simples cais,
Vagar entre as estrelas, ser teu par.
O gozo de momentos magistrais
Aonde amor costuma navegar

Fazendo dos meus sonhos; rituais.
Ao ver a bela flor desabrochar
E mesmo entre os temidos vendavais
Aos lânguidos desejos me entregar.

Acaso se vieres não se esqueça
Que és mais que simplesmente um grande amor.
Talvez, minha querida eu não mereça,

Porém saiba do quanto sou feliz
Na eterna maravilha que em louvor
Eu agradeço a Deus ter o que eu quis...


71


Não sentirás o frio, com certeza.
Estarei ao teu lado te aquecendo.
Beijando tua boca e com destreza
Aos poucos mansamente percebendo

A doce perfeição desta beleza
Que em meus braços deita, revertendo
Aquela perspectiva de tristeza
Que em minha vida estava só crescendo...

Deitar o meu desejo em teu desejo,
Amar-te sem ter medo, inteiro... tanto...
Delícias de um banquete que prevejo

Nas noites friorentas; minuano?
Pode ficar tranqüila que eu espanto,
Envolto em nosso amor que é soberano...


72

Não sentira essa força da paixão
Que bate violenta e nada deixa
Avassaladoramente diz não
Ao mesmo tempo sangra em cada queixa.

Derruba o sonhador, cria o cativo,
Por ela não consigo respirar,
Matando me mantém, por tanto, vivo,
Prendendo me traz asas, faz voar.

Alenta e desalenta num segundo,
Vasculha e nada vê, ou finge bem,
Devora o meu passado, invade o mundo,
Quer tanto e quase nada d’outro alguém...

Apaixonadamente me perdendo,
Não ganha mas jamais segue cedendo...


73


Não sendo tão somente uma miragem
Que torna este deserto mais ameno,
O sonho que deveras concateno
Transforma com vigor esta paisagem.

Mudando de repente a velha aragem,
Eu sinto este desejo, agora pleno,
Tocando a minha pele este sereno,
Movendo com paixão tal engrenagem.

Lavando enfim minha alma desairosa,
Por mais que a vida seja caprichosa
Tu trazes as respostas que procuro,

Em tuas mãos, querida timoneira,
Encontra ancoradouro esta praieira
Teus olhos um farol em mar escuro...


74

Não sendo eunuco, eu gosto de carinho,
Delicioso e doce cafuné,
Amor, tenho certeza, inda da pé,
Por mais que façam tanto burburinho.

No colo da morena eu já me aninho,
E gosto e com certeza vou na fé,
Mergulho sem defesas indo até
O fundo sem temer ficar sozinho.

Tem gente que não gosta, o que fazer?
Eu faço deste amor meu talismã,
A fruta mesmo sendo temporã

Bateu no paladar, me deu prazer.
Fazer amor contigo de manhã.
Serpente abençoando esta maçã...
Marcos Loures


9775

Não seja esta saudade enfermidade
Que encontre a cura noutra desventura.
Preciso de um amor/tranqüilidade
Feito tão somente na ternura.

Almejo um sonho feito em liberdade,
Que traga para a vida uma brandura,
Resumo do que sei felicidade,
Iluminando em paz a noite escura.

Eu quero tão somente o bem do amor,
Que nada cobra e dá farta alegria.
Refaz a mocidade e a fantasia.

Dourando o dia a dia de quem for
Seguindo cada flor, vivo jardim
Colhendo as esperanças dentro em mim...


76


Não seja ambicioso meu amigo,

Às vezes desejar faz muito bem,

Porém numa ambição vive o perigo

De não respeitar nada e mais ninguém.



A sorte que se faz e quer abrigo,

No peito de quem sempre quis alguém

Da forma mais sutil assim prossigo,

Cantando este desejo; é meu também...



Não deixe que esta coisa salutar

Que traz uma esperança dadivosa

Se torne no cruel ambicionar,



Carrasco de quem ama e quer amor,

Matando com tristezas toda rosa

Que quer um bom perfume, em desamor...


77

Não sei semente sinto nova poda.
Alucinadamente fiz meu verso...
O mundo navegante perde a roda,
Na queima das esferas do universo...

Morrente não me lega nova aurora,
Um demente aspergindo cantochão,
Da maneira mais breve me devora,
Me restando tão somente a solidão...

Chega de profanar, tantos enganos,
Não canso de esperar os teus recados,
A vida que me deste nega planos,

Nos partos que não tive, nem reparos...
Navios que navego, abalroados,
Destinos destruídos são bem caros...
Marcos Loures


78

Não sei se tu conheces um adágio
Que serve como luva ao nosso amor.
Vencendo a tempestade com vigor
Jamais ele terá qualquer naufrágio.

Embora te pareça mesmo frágil,
Resistindo a qualquer provocador
Não deixa de buscar o encantador
Caminho, e de repente se faz ágil.

Porquanto não se deixe magoar
Por quem não vendo um raio de luar,
Uivando de manhã em plena praça!

O amor que a gente quer e não se engana,
Parece com aquela caravana
Que ouvindo os cães ladrando, vai e passa...
Marcos Loures


79

Não sei se ter terei depois do baile,
Nas brumas e nas plumas, falsidade...
As cartas que me mandas, não sei braile,
No fundo não me queres de verdade...

Teus mares e manteigas são meu tédio.
Exportas mesquinhez com fino trato...
Veneno em leves doses é remédio.
Cuspiste sem saber, no próprio prato...

Agora essas manhãs entardeceram,
Não posso sempre estar, de fato, alerta...
As luas que mentimos, se perderam,

Os versos que te faço são mixórdia...
O pomo da verdade e da discórdia,
Naufraga na mentira desoberta...
Marcos Loures


80

Não sei se te pertenço ou se és de alguém
Que nada mais te traz, senão a dor...
Vivendo sem saber amor que tem
Em vão vais procurando o velho amor...

Não julgue meu amor como ousadia,
Amo-te e isso não vale para a sorte.
Não peço teu amor, não poderia...
Só quero que tu saibas que isto é forte.

Amor que mata a sede, sem ter água,
Amor que mata a fome, sem o pão,
Não causa nem tristezas, nem quer mágoa,
Mas, livre, alimentando o coração...

Amor que não percebes como é belo,
Embora não me peças, sempre velo...


81

Não sei se na verdade a quem tu chamas
Apenas te dirá por que vieste,
De estrelas radiantes, bem celeste,
O certo é que em calores, longo inflamas.

Na sorte que demonstras, me reveste
De toda uma certeza quando clamas
Por mundo mais feliz em fortes chamas,
A vida não se faz apenas teste.

Sabendo que talvez melancolia
Atinja um coração sereno e casto,
Espero que perceba a fantasia

Na qual amor engana a quem abriga.
Por mais que o mundo seja imenso e vasto,
Eu estarei contigo, minha amiga...


82



Não sei se me permites ser sensível,
Espero essa resposta por e-mail.
Amor que não demora , tão incrível,
Se encontra desvairado em pleno anseio.

Paixão que sempre estranha, inacessível,
Demora nas delícias do teu seio.
Eu quero teu amor, pois infalível,
Nas ondas deste amor, enfim vagueio...

Meus braços estarão sempre esperando,
A moça que não quer se complicar.
Não quero essas mentiras, não sou brando.

Eu quero me fartar desta ambrosia,
Nos lumes dos teus olhos, vasto mar...
A noite que vivi, anseia o dia!


83

Não sei se irei dormir longe de ti,
Acostumei-me tanto a te esperar.
Deitada do meu lado, já senti
A vida como um mar a navegar.

Eu quero te sentir em meus delitos,
Eu quero receber tanto carinho.
Amores e prazeres infinitos
Difíceis de sonhar, aqui sozinho...

Nesta vigília insana te procuro,
Apalpo toda a cama e não estás;
Sabendo que tu vens, amor te juro
Que tão sofregamente encontrarás

Aquele que, tu sabes, já te adora
Só temo enlouquecer bem antes da hora....


84



Não sei se inda consigo te esquecer
Depois de tantos anos pareados,
Momentos de discórdia e de prazer,
Delitos em delírios semeados.

Meandros deste rio a percorrer
Nas curvas, nos declives vislumbrados
Imensas cachoeiras; posso ver
Além de arquibancadas e alambrados

Sem jugo, escravidão, nossas batalhas
Que tanto me ensinaram a sonhar,
Nos fios afiados das navalhas,

Os cortes cicatrizam e não podam,
Assim ao cultivar nosso pomar
As ternas ilusões inda me açodam...


85

Não sei se fomos mar ou clara lua,
Não sei se fomos luz ou só reflexo,
Minha alma na tua alma continua
Neste desenho mágico e complexo.

Fantasmas de nós mesmos, meras sombras?
Se posso em ti me ver, especular,
Se tudo que te faço não te assombras
Não posso nem desejo te mostrar

Além do que em mim vejo, somos um,
Os passos caminhados são distintos,
Caminho p’ro futuro, eu sei, comum,
Passados que tivemos, ‘stão extintos...

E quero-te não mais do que me queres,
Unidos nestes mesmos caracteres...


86


Não sei se ela te quer ainda, amigo.
Mas sinto que isso em ti, tem importância...
O canto que trouxera, nem te digo,
No fundo tanta vida em discrepância.

Confesso que pergunto sem respostas;
Não posso responder assim, por ela.
Eu sei que dela ainda, tanto gostas,
Por isso não consegue saber dela.

Escondida no mundo que querias
Vivendo a viuvez desta saudade.
As noites em que passas; todas frias,
Sem braços, sem mulher, sem claridade..

Amigo; nada mais posso dizer,
Apenas conseguir sobreviver...


87

Não sei puxar o saco dos boçais
Que assaltam a cultura nacional.
Não vou elogiar os ancestrais
Paspalhos. Jogo até a pá de cal.

Fornalha não assando nunca mais,
Medonho mascarado, é carnaval,
Embaralhando as cartas meus postais
Misturam mel, jiló, poeira e sal.

Da minha catacumba, rumba e frevo,
O quanto que decerto ainda escrevo
É parte com demônios que carrego.

Se sôfrego respiro, sem revolta.
Não quero estes fantasmas como escolta,
Fazendo nos meus versos um nó cego..
Marcos Loures


88

Não sei porque demonstras tanto medo
de se entregar e ser, assim feliz.
Parece que o passado triste e ledo
impede todo o sonho em que se quis

ser mais do que um canto de degredo,
curando e não deixando cicatriz.
A vida pode ter, num outro enredo
destino diferente do que diz

teu coração tristonho e solitário,
as noites te darei em festa e gozo.
Meu peito que já foi um andarilho

agora, se oferece solidário
propondo num conjunto mais gostoso
seguirmos, com certeza um belo trilho...
Marcos Loures


89

Não suporto ignorância sempre audaz
Tampouco este esnobismo do idiota,
Abrindo dos esgotos a compota
O cheiro do teu cérebro, o ar me traz

Velhacaria estúpida e voraz,
Em todos os recantos, isto lota,
Ultrapassando agora qualquer cota
Tentando ser, com classe, enfim mordaz

Tropeça nos engodos que professa,
A vida vai pregando cada peça
E a besta já tropeça em seus arreios.

Do coice do imbecil, já vacinado,
Um verme que se “achando”; destroçado
Chafurda noutros pântanos alheios...


90

Não sou tão perigoso como dizes,
Apenas um eterno vagabundo
Que traz dentro do peito; cicatrizes
Colhidas pelas dores deste mundo.

Perpetuamente envolto nos deslizes
Nos ermos dos engodos me aprofundo,
Concebo uma aquarela em mil matizes,
De cores tão diversas; eu me inundo

E morro a cada dia, sem poder
Vivenciar a glória mais sublime,
Sem ter quem tanto queira ou que me estime

No abismo entre a alegria e o desprazer,
Funâmbulo; vagueio entre as estrelas
Sem ter sequer o gozo de contê-las...


91


Não sou penduricalho nem enfeite
Não sou bijuteria ou bibelô
Te peço meu amor assim aceite
No Rio, lá em Sampa ou em Belô;

Simplesmente é por ter uma esperança
De não ser um satélite sem rumo.
De compor contigo uma aliança
Que trame nosso amor no mesmo prumo.

Nem mais e muito menos, nem demais.
Somente uma igualdade de valores.
Onde as cores se misturem e jamais
Uma rebrilhe mais que as outras cores.

Anseio teus desejos e teus seios.
Equivalentemente , sem receios...


92

Não sou e nem serei de alguém o gado,
Disposto a rasgar o teu retrato,
Das contas já não pego mais extrato,
O amor de maltratado, extraviado.

Nas dívidas sem dúvida, o passado
Mostrou este futuro tão ingrato,
Quebrando sem banquete cada prato,
Praguejas e me deixas desarmado.

Pardal quis imitar um curió
Deixando o coração gemente só
Demente fantasia que vesti.

Agora que eu percebo a realidade,
Apenas um desejo inda me invade
Cobrar todo este tempo que perdi...
Marcos Loures


93

“Não sou canalha em querer teu querer...”
Apenas te desejo e nada mais.
Amor quando se faz ao bel prazer
Invade totalmente qualquer cais.

Permita tão somente, conceber
Em toques mais sutis e sensuais
Amar, querida eu posso perceber
Traduz mil sentimentos, naturais...

Amor nunca precisa de disputa.
Não faça disso um campo de batalha
Amar não pode ser jamais ofensa.

Perdoe se eu te adoro. Vê se pensa
Não quero desfraldar nenhuma luta,
Apenas por te amar, serei canalha?

SOBRE VERSO DE MAKOTOSAN


94

Não sou bom nem sou mau, meu bem, meu mal!
Todos pecados e malícias sei.
No subterrâneos vivo, vou astral.
Nas carceragens defendendo a lei,

Nas madrugadas traço o carnaval.
Em redondilhas, versos te farei.
Mas onde atuas sempre sou boçal.
Quem não conhece amor pode ser rei?

Nos nossos risos convulsão sublime.
Na nossa cama procurei castigo.
Amar passou a ser tortura e crime.

Meus sentimentos tensos são pecados.
A dor que te deixei guardo comigo...
Várias obscenas cenas rumos fados...

Me perpetuo como fora demo.
Jardins que não plantei dão crisantemo.
Amor que não conheço quero e temo!
Marcos Loures


95

Não sou ateu, porém muito ao contrário,
Neste cristianismo radical,
Entendo ser o Pai e o Filho, o sal
Que enfrenta em placidez um adversário.

No canto engalanado de um canário,
Ao acasalamento sensual,
Presença da beleza divinal,
Que não se esconde nunca num armário.

Na mão insaciada a clave forte,
No perdão, na justiça o firme Norte
O imensurável gozo de um afeto,

Fecundidade expressa na amizade,
Igualitária irmã da liberdade,
Cada filho, decerto é o predileto...


96

Não somos nem mais sócios, mesmo bolo...
Não temos nem descanso nem a valsa...
Não resta nem discórdia ou desconsolo..
A vida se perdeu, quedou sem alça...

Não somos mais hermanos, pois sou tolo...
A noite que brindamos foi tão falsa...
Não quero essa mentira, teu consolo...
A deusa dos meus sonhos vai descalça...

Não somos tempestades nem remansos,
Quem fora furacão virou só brisa...
Dormíamos colchões, penas de gansos..

A vida se demonstra mais precisa...
Por onde começamos, sem descansos,
A noite se evapora bate e alisa...


97

Não solta nem sequer algum gemido,
Aquele que se fez homem brioso,
Por mais que o mundo seja belicoso,
O tempo já faz tudo resolvido.

No passo bem mais firme e decidido
Não teme o mar e o vento caprichoso.
No peito o coração mais revoltoso,
Já sabe nas batalhas, ser vencido.

A sorte é tantas vezes tão ingrata,
A água que nos salva também mata,
Sertão virando mar é tentação

O mar vira sertão são tão iguais,
O tempo de viver traz temporais
E o verde talvez volte – solução.


98

Não sofra, minha amada; eu não parti,
Apenas esperava pela noite
Se sei que tenho amor demais aqui,
Não me permitirei o duro açoite.

Escuto este teu canto agonizante
Trazendo uma ternura tão intensa,
Prometo; meu amor, d'ora em diante
Jamais te deixarei. És recompensa

Que tive no final deste jornada
Passando por incríveis tempestades,
A vida no teu colo, mais amada,
Nas lágrimas que correm, as verdades

Parecem estampadas no teu rosto,
Perdoe, meu amor, pelo desgosto...
Marcos Loures


99

Não sobra nem o sonho, atroz morada.
Das doces sensações mais valorosas,
A vida que em promessa foi dourada,
Salvando os seus espinhos, mata as rosas.

Não deixa na verdade sobrar nada,
Senão as sombras frias, belicosas.
Matando em negras nuvens a alvorada
As horas se esvaindo, caprichosas.

Assim vai descartando a eternidade,
Cegando a luz em plena claridade
Cevando amanhecer mais torporoso

Relega à própria sorte o seu porvir
Cansado de sonhar e de pedir
Um dia que em promessas, luminoso.
Marcos Loures


9800


Não sei melancolia nem tristeza,
Cantando com os bardos sonhadores.
Vivendo neste mundo uma certeza
Das luas que trouxeram meus amores.

Dos pingos desta chuva que caía,
As gotas orvalhadas, matinais...
Amor que tanto amor já se sabia,
Nas nossas bocas doces, sensuais...

Te quero cada vez mais, sempre e tanto...
Envolta nessas luzes faiscantes.
Trazendo, com ternura teu encanto.
Nascendo dos meus braços, nos rompantes.

Eu quero ter certeza de encontrar
Amor que te traduz, meu versejar...

 
Autor
MARCOSLOURES
 
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Enviado por Tópico
SoniaNogueira
Publicado: 20/12/2010 14:35  Atualizado: 20/12/2010 14:35
Membro de honra
Usuário desde: 31/10/2007
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Mensagens: 624
 Re: MEUS SONETOS VOLUME 098
Bom demais encontrá-lo aqui, com este acervo de sonetos que será eterno. Feliz Natal querido amigo. Abs.