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BOIADA (A meu pai)

 
A boiada invade a praça.
Agitam-se gentes e janelas
Marciais marcham sem graça
à lagoa vão beber.
São muitas cabeças tangidas
floresta de chifres sem ritmo
indolentemente á agua se inclinam:
línguas sôfregas sorvem
num estranho ressonar.
E ali se demoram
no barro encravados
como se quisessem ficar,
toda a tarde a beber.
como se da agua esperassem
que elas os pudesse reter.
Mas o destino selado
Sorve os condenados,
La fora, no alto,
É certo os esperam,
Homens, cavalos e ferros.
Um estreito Curral.
O trem da Central
Um apito sinal
Uma viagem final.

 
Autor
marcusmatraga
 
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