o anjo anunciador soou suas trombetas.
num vôo rasante resgata o corpo
injeta nele, a frio, a lava quente de um vulcão.
presenteia o mortal com o caminho.
o envia certeiro ao desfecho.
quando a manhã chega, faz explodir as carnes
no mais delicado prazer.
a vida desfalece.
a petit mort reacende esperanças
de um gozo sem sofrimento.
o anjo anunciador fez seu anuncio.
presença prenuncio aciona o alerta.
atento aos claros do dia, o sequito confirma quem não tarda.
no centro a figura miuda surpreende.
nada diria, pudesse estar ali uma anunciada.
o encontro se cumpre.
no coração a memoria sonora dos bronzes é leve
como o roçar das asas de um anjo madrugador.
em dia de festa, um presente é certo.
sinos soam ao longe e eu estou feliz.