Poemas : 

Dos crimes e castigos

 
Dos crimes e castigos
 


Dos crimes e castigos

Não, não quero falar desse vazio
Da infinda dor que corta a alma
Retalhando as esperanças, estio
Do viver por viver, sem calma

Quero falar de sentimentos vivos
Ou que teimam em resistir apesar
Do concreto que se impõe altivo
Nas plúmbeas manhãs a esboçar

Reminiscências de um sorriso perdido
Foi-se pela janela que outrora me trazia
Raios de um sol que tenta manter o brilho
Do meu olhar, pois o corpo ficou em letargia

Talvez o hoje que tenta sobreviver a tudo
Necessite apenas de um ombro amigo
Pois o amor não precisa ser carnal, contudo
A solidão faz-se companheira, castigo!

Dos crimes que se apresentam nos jornais
Não vejo a morte súbita de um grande amor
Nem a prisão dos quereres e dos cabedais
No mais, a cidade está deserta e sem calor.

Então por favor, dirija-se ao confessionário
Mais próximo. Temo que ainda há uma chance
O inverno é passageiro, nem sempre é frio
Nem tudo é inatingível, estou aqui ao teu alcance.


"A vida de um poeta é como uma flauta na qual Deus entoa sempre melodias novas." (Rabindranath Tagore)
Open in new window

http://taniamarapoesias.blogspot.com


 
Autor
Tânia Mara Camargo
 
Texto
Data
Leituras
860
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
3
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 09/01/2011 01:10  Atualizado: 09/01/2011 01:10
 Re: Dos crimes e castigos
Talvez o hoje que tenta sobreviver a tudo

Necessite apenas de um ombro amigo

Parabéns Tânia um lindo poema


beijos

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 09/01/2011 09:46  Atualizado: 09/01/2011 09:46
 Re: Dos crimes e castigos
Gostei do "Então por favor, dirija-se ao confessionário mais próximo." Alias, gostei de todo o poema e dou-lhe os meus parabens! Beijos!

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 09/01/2011 11:54  Atualizado: 09/01/2011 11:54
 Re: Dos crimes e castigos
Lindo o seu poema! Adorei a forma como abordou essa perda do ser amado, que não vem nos jornais, mas que é crime castigo. Belo!
Célia Gil