Exponho as roupas,
lustro os sapatos
e os móveis.
Laços de saudade se soltam
nos terreiros coloniais.
Aguardo as águas de março.
Molhadas,
as telhas e o chão,
celebram um fevereiro
em março.
Altas,ouvem as árvores
o silêncio das palavras
grafadas além das portas.
Bailam as folhas;
lisas passam as curvas
nas cores do tempo.
O verão aquece o vento,
acolhe o corpo e a alma.
No sal da águas,
mulheres lavam-se.
Seguem em ondas,
purificam-se
depois dos mares.
Poemas em ondas deslizam nas águas.