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Para aonde caminha o São João?

 
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Para aonde caminha o São João?


Nesses tempos juninos ouvimos os fogos de artifícios pipocando em todos os lugares da cidade de Salvador, tem umas que são umas verdadeiras granadas, explodem tudo!
Quando eu disse tudo, podes acreditar, pois as pessoas não têm discernimento para perceber que o patrimônio público é de todos nós, os malfadados fogos juninos não perdoam, explodem em escolas, estouram telefones públicos, lixeiras e tudo que der para destruir.
Essas pessoas sem noção não têm pena de ninguém, a festa folclórica, movimenta multidões, gastos enormes apenas para ver esse som estourado, é uma verdadeira queima de dinheiro, mas como a nossa cultura é isso, não podemos fazer nada senão lamentar.
Algumas cidades exageram, tem gente que pega um pedaço de bambu e coloca um monte de pólvora, transformando assim na famosa “espada” de são João, quando a “bicha” dispara não fica ninguém, todos saem correndo, ainda aquilo sai atrás da gente!
Muitos terminam queimados, mesmo assim aparecem capengando e acendendo mais um bicho desses.
Falando em correr, nessa época do ano, a capital se esvazia, existe um verdadeiro êxodo ao contrário, as cidades do interior tiram o seu atraso, com as suas famosas festas de forró, que hoje já está se descaracterizando, aquele ritmo agarradinho está ficando para trás, sendo trocado por um monte de estilo livre.
A festa que movimenta muito dinheiro e multidões é responsável por um grande faturamento do comércio, quem tem uma folginha no salário, gasta o restinho com roupas e viagens, prefeituras se endividam para apresentar atrações de peso, porque se não tiver festa, o gestor não terá voto no próximo pleito eleitoral, afinal, muita coisa depende das festas juninas.
Essa festa é muito boa, mas quando chega ao final, o desespero bate e aquela roupinha já está no cantinho do guarda roupa, as bombas já se foram, mas o que fica mesmo é aquele friozinho no fundo do bolso de tantos gastos que o nosso santo levou.

Marcelo de Oliveira Souza



Marcelo de Oliveira Souza,IwA
Dr. Honoris Causa em Literatura
site: www.poesiassemfronteiras.no.comunidades.net - Concurso Literário
blog: http://marceloescritor2.blogspot.com
Instagram: @marceloescritor

Para onde caminha o São João?


Nesses tempos juninos ouvimos os fogos de artifícios pipocando em todos os lugares da cidade de Salvador, tem umas que são umas verdadeiras granadas, explodem tudo!
Quando eu disse tudo, podes acreditar, pois as pessoas não têm discernimento para perceber que o patrimônio público é de todos nós, os malfadados fogos juninos não perdoam, explodem em escolas, estouram telefones públicos, lixeiras e tudo que der para destruir.
Essas pessoas sem noção não têm pena de ninguém, a festa folclórica, movimenta multidões, gastos enormes apenas para ver esse som estourado, é uma verdadeira queima de dinheiro, mas como a nossa cultura é isso, não podemos fazer nada senão lamentar.
Algumas cidades exageram, tem gente que pega um pedaço de bambu e coloca um monte de pólvora, transformando assim na famosa “espada” de são João, quando a “bicha” dispara não fica ninguém, todos saem correndo, ainda aquilo sai atrás da gente!
Muitos terminam queimados, mesmo assim aparecem capengando e acendendo mais um bicho desses.
Falando em correr, nessa época do ano, a capital se esvazia, existe um verdadeiro êxodo ao contrário, as cidades do interior tiram o seu atraso, com as suas famosas festas de forró, que hoje já está se descaracterizando, aquele ritmo agarradinho está ficando para trás, sendo trocado por um monte de estilo livre.
A festa que movimenta muito dinheiro e multidões é responsável por um grande faturamento do comércio, quem tem uma folginha no salário, gasta o restinho com roupas e viagens, prefeituras se endividam para apresentar atrações de peso, porque se não tiver festa, o gestor não terá voto no próximo pleito eleitoral, afinal, muita coisa depende das festas juninas.
Essa festa é muito boa, mas quando chega ao final, o desespero bate e aquela roupinha já está no cantinho do guarda roupa, as bombas já se foram, mas o que fica mesmo é aquele friozinho no fundo do bolso de tantos gastos que o nosso santo levou.

Marcelo de Oliveira Souza

 
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marcelooso
 
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