Poemas : 

[Acidente na Tarde]

 
Em fuga dos arrastes de mais um dia,
senta-se o poeta na sua cama.
Calmamente, ele toca a colcha fria,
e a sua mão tateia os entrelaces das linhas...

Busca o refrigério de uma pousada,
viageia a suavidade de vernais planuras...
Porém, a ânsia de repouso é frustrada —
o cadarço do sapato do poeta deu um nó cego!

Foi meramente acidental;
mas ainda assim, desconsolado,
o poeta olha o sapato.... é o pé direito;
o que fazer?! E logo o direito...

É uma fatalidade, uma enorme fatalidade!
E não há nada que dê jeito,
pois ele, o poeta, não tem a habilidade
de destricotar linhas embaraçadas!

Enquanto isso, a tarde cai,
os pássaros se recolhem,
a vida se esvai,
o desespero estua,
e a pinga amarela espera...

 
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crstopa
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