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Arte do Re(Encontro) em Santanésia: minha vila

 
Tags:  AjAraujo    poeta humanista  
 
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Dedicado aos amigos do 5o. Encontro de Amigos e Moradores de Santanésia,

As cortinas do tempo abriram-se ao passar por Piraí e chegar até a barbearia do Wallace. Retorno às ruas por onde andei, vi jovens cavalgando no antigo canal do rio Paraíba, mais conhecido como “Valão”.
Havia ainda dormideira no velho caminho do açude e pescadores de lambari e traíra com os filhos curtindo o final de semana.
De Santanésia, minha vila querida e da fábrica, onde inda está vivo este espírito, que encontrei na coragem de Cícero – meu amigo de infância – ao enfrentar a dura quimioterapia.
Retorno às origens, ao cruzar a ponte. Reencontro os amigos da infância e juventude. Entre olhares que desafiam o tempo, nos cabelos ralos, alvos, grisalhos ou pintados (admito que sim, perdoem os meus!), desconto para a vaidade humana.
Com o sorriso aberto e generoso de Mirinha, Vilcéia, Marilda, Eloá, Saulo etc. Ouço os apelidos, em meio a sorrisos e nas marcas carinhosas estampadas nos rostos que havia muito tempo eu não via.
Nos abraços que amparam, nos rostos felizes de Ângela, Vitória, Pulo, Eleazar e Folly
Tempo que não senta à mesa do maestro Ivan da famosa banda e eterna professora Teresinha, já nonagenários e com muita vitalidade, de quem sou muito agradecido.
Revigora em Érico, Sônia, Noca, Heleno, João, Izair e perdoem tantos outros que por esquecimento dos nomes – afinal eram tantos – não tenha aqui citado, sintam-se todos incluídos.
Santanésia foi onde vivi momentos inesquecíveis de minha vida, de onde sai para estudar no Rio de Janeiro, mas tem morada cativa em meu coração. Em dias como este, cada minuto é uma eternidade (e a gente quer curtir tudo).
Isto me renova a crença de que a vida é movida por esta paixão pelas nossas raízes, pela nossa gente, galhos que fomos de uma mesma árvore de nascimento, trazidos à luz do mundo pelas mesmas parteiras, tendo como decana a negra Diamantina, minha madrinha.
Pois então ousei compor um acróstico sobre minha querida vila natal: Santanésia.

Solidariedade, fraternidade e profunda amizade
Amo toda esta gente como parte de minha genética
Na grande família da antiga vila operária
Tião, Sandra, Toninho, Laszlo, Noca, Vada, Renatinho
Ao Marquinhos, Jadir, Luisinho, Lurdinha, a chama
Nunca se apaga, pois estão sempre repondo a lenha
Encontro sem vaidades, onde se cultiva amizades
Sorrisos, doces lembranças e gafes que nos fazem
Imaginar e nos sentir novamente crianças livres
A energia desde encontro nos fortalece e encoraja
Minha vila pode já não ser a mesma [nós também mudamos, é vero], mas conserva
Intacta o verde esperança de seus eucaliptais
Nostalgia de sua Banda, Clubes, Grêmio e seus festivais
Há nestas pessoas um permanente desafio ao tempo
Além destes morros e rios, há um vale da vinha

Viver esta aventura da vida é sobretudo compartir
Isso está presente, em mentes e corações, mesmo nas ausências sentidas
Lembrança de tantos entes queridos cá e lá, presentes nos corações
Alma de Santanésia é eterna, este encontro mantém a chama vital.

AjAraujo, o poeta humanista, poema dedicado as amigos inesquecíveis presentes (perdoem por não ter citado todos no acróstico, sintam-se nele) e ausentes ao 5o. Encontro de Amigos e Moradores de Santanésia, em 28-Abr-2012.

Imagem: Castelinho, pátio da escola onde são realizados os nossos tradicionais encontros anuais.
 
Autor
AjAraujo
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