Elas que falam
Sobre formas e gostos pessoais
Tão donas de si
Mulheres á viver por aí, trocando em seus momentos banais
Elas que gritam
Verdades promissoras de um tempo melhor
Sufocadas pela crueza da vida
Ardendo em silêncio profundo
Suas mágoas a prantear pelas escamas de seus corações tão febris
Elas que assumem
Os riscos pérfidos pelas mínimas exposições amáveis que fazem
Elas que amam. Mas tanto
E soam como heroínas unidas pela causa do amor
Ou da dor
Mesmo que seja em favor próprio
As bandeiras tem sempre dois versos
Elas que labutam
E acordam seus filhos do sono diurno
Na mesa, café da manhã com pão e bolinhos
Na penteadeira, um espelho de mulher se enfeitar
Dois perfumes, um batom
Rosa que seja
Para elas, que são vaidosas
E despertam pensamentos desregrados
Nesses moços avivados
De maneira audaciosa
Elas que beijam
Seus maridos quando chegam e á porta batem
Ou seus amantes quando fogem em segredo
Elas que nasceram prontas
Mas não sabem o que querem
Quando choram sem motivo
Ah meu Deus, essas mulheres...