Estás aí?
Quase toquei a tua mão outra vez...
Noctívaga e colorida...
Durante toda a noite
Estiveste ali, à minha frente
Inteira e sorridente
Como em tantos instantes
De paisagens que já foram...
Foi um sonho, eu sei!
Foi uma imagem de ti
Transportada para o meu mundo interior...
Espectro do desejo
Voz rompendo o silêncio
Do tempo que passou
Em que negando
Disse o contrário do que estava a sentir..
Mas a verdade...
A verdade...
É que durante todo esse tempo
Estiveste sempre em algum lugar de mim
Onde te guardei, preciosa e viva, em segredo
Como uma história plena de energia
E o sentir... aquele... mágico e sublime... que só tu conhecias
Esse, esteve sempre aqui...
Fui eu que, para sobreviver, fugi.
Fugi de mim mesmo
Quando não encontrei outro lugar para estar
Fugi e neguei-me assim
À musa bela e delirante
Numa confusa forma de lutar...
Metáfora atrás de metáfora
Deambulei e perdi
A agridoce ternura
Que bebia
Só por te saber aí.
Embriagado da saudade do teu sorriso
Recordo a tua pele macia e clara
E os fios castanhos, escuros, sublimes de leveza
Enleados nas gotas da liberdade
Que sempre foram o fogo
De uma esperança que acalentava em mim.
Nesta saudade me reinvento
E com sono, ondulante e lento,
Adormeço, pensativo,
Ao relento!
Desejo somente
Que sejas tu, o vento
Que quero abraçar um dia.
Um dia...
Pedro Barão de Campos.
Pedro Campos.
Pedro Barão de Campos
Poema presente no livro de poesia "Intensidade" publicado em 2012.