Poemas : 

Abelha carneirinho

 
.

Porque não sinto-me sempre assim
entumescido desse éter
hedonicamente favorável?
Beijo os favos de mel
da colméia alegria
onde não há zangões
nem zangados
onde tudo é doce-instante
por um pólem
por um triz
Pelo arroz e a paz,
e as vezes
pelo ar
de respirar
e de estar
feliz.
Porque não pode
éter eterno?
Porque é que a montanha
russa
roça
o lôdo
do poço
no fundo,
se posso subir
se posso
no caminho do céu
no caminho do som
se ando?
Porque cabisbaixo,
preâmbulo da descida,
porque a ausência de dopamina
porque não completo,
sempre???
É lá que tenho coragem,
que vejo e endosso
os frames que hão de vir.
Mesmo que depois eu relaxe
medo que depois passe
e eu embaixo
ou em cima
continue.
Eu contínuo.
Eu continuum.
Eu hedômetro avulso,
alpinista neuroquímico.
Carneiro montês.
Eu berro e zum -
Acabou chorare.

.

 
Autor
thiagodebarros
 
Texto
Data
Leituras
1266
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
4 pontos
4
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 10/12/2012 00:34  Atualizado: 10/12/2012 00:34
 Re: Abelha carneirinho
Embora falhe por vezes ortográficamente a sua poesia tem bastante power - desculpe o termo.
Tem força e verve e é desalinhada.
Explore bem essa forma de expressão e temos poeta.
Mera opinião pessoal, claro.
Gosto de o ler.

Um abraço,
Carlos TL


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 10/12/2012 01:22  Atualizado: 10/12/2012 01:22
 Re: Abelha carneirinho
Achei a palavra mais próxima da impressão que me causa sua poesia: desatremada!
Transita entre músicas da melhor safra popular brasileira (Novos Baianos, nesse), mas tem um pé no louco Raul, no jeito blasé de Caetano.
Acho uma delícia essa de hedômetro avulso, alpinista neuroquímico. Maluco beleza, metamorfose ambulante!

Bj.