Sonetos : 

Espelho Profano

 
Edição apressada ao anoitecer é notícia
Na teve o espetáculo refletindo o cotidiano
Editado e colorido, subterfúgio da malícia
Cópia infiel do acontecido, cenas do engano

Platéia sorrir a mercê, ao interesse e cobiça
Ao poder do informe em que o ditame é o plano
Distorcendo a verdade que há muito é carniça
Urubu do espelho que ao ser humano é profano

Perfeição da anarquia, cultura em cores e fantasia
Senhor da subordinação, excelência que oculta à razão
Ao conceito de cidadania, pelo efeito da hierarquia

Construindo a ilusão que transforma o real em alegoria
Ao público leal as imagens que suplementa a sua abstração
Quando a cena vazia em definição, não reflete mais a poesia


Murilo Celani Servo

 
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murilocs
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