Poemas : 

TROVA DAS SETE AMANTES

 
Eram sete as minhas amantes
A todas igual um dia eu quis
Cobri-as de ouro e diamantes
Uma delas partiu-me o nariz

Eram sete as minhas amantes
Ficaram seis e a cana rachada
Ofereci-lhes anéis de brilhantes
Uma queria ser minha namorada

Eram sete as minhas amantes
Ficaram cinco nesta negação
Nada foi como era d’antes
Olhos em Bico foi pro Japão

Eram sete as minhas amantes
Restavam quatro para eu amar
Uma recusou ser das «bacantes»
Deu-me um tiro, pôs-se a andar

Eram sete as minhas amantes
E eu manco duma perninha
A terceira gostava de elefantes
Decidiu nunca mais ser minha

Eram sete as minhas amantes
Ao infortúnio sobraram duas
Presentes em todos os instantes
Apesar de uma delas ser de luas

Eram sete as minhas amantes
Mandei Aluada para casa do pai
Ainda me recordo das sobrantes
Mas já não consigo dizer um ai

Ocupa-me todo o dia, ai Jesus
Toda ela inteira me compromete
Sinto-me sozinho pregado na cruz
Madalena assim vale por sete


O meu verdadeiro nome é José Ilídio Torres. É com ele que assino os meus livros.
Já publiquei 12 obras em géneros diversos: crónica, romance, conto e poesia.
Foi em 2007, aqui no Luso, que mostrei pela primeira vez.

 
Autor
SilvaRamos
 
Texto
Data
Leituras
971
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
11 pontos
1
1
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/06/2014 12:47  Atualizado: 17/06/2014 12:47
 Re: TROVA DAS SETE AMANTES
Bravo!
Amei a leitura.
Quisera eu ser Madalena.


Abraços