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Socorro. Era uma música que virou adeus.

 
Pensei no que escreveria de ti.
Socorro? Por aqui.
Parei.
Não, não o farei.
Olhei o vazio.
Removi cada gota de tristeza e ri.
Quase gargalhei.
São Arnaldo que me perdoe
Não estou sentindo nada,
Nem eu também.
Vazio.
Nem medo, nem calor, nem fogo
Sorriso de amargura e pureza.
Li.
re-Li.Li duas vezes
E não entendi.
Evitando trocadilhos, compondo-os.
Brinco para não chorar.
Olho tudo para não ver
Penso. Para não pensar.
É, não só sou eu que Li.
Não é mesmo?
Do amor que estava aqui, ali, e que se foi
Para você, para mim se vai.
Decompõe-se. Mato-o dia-a-dia.
Comigo.
<br />Não vai dar mais pra chorar.
E eu queria. Ah! Como queria e quero.
Das paixões, pedidas, perdidas.
O vazio sobrou, e calou.
Nem vai dar pra rir...
Porque agora é tarde. Ou não é.
Sempre foi não é?
É tão confuso tudo isso.
Do momento adiado,
Socorro?
Do começo pressentido,
Já não sinto amor, nem dor
Era nossa história.
Já não sinto nada...
Mentira. Eu sinto. E assumo.
Do futuro premeditado.
Nós sabíamos, não?
Tentamos, não?
Tentei. Em vão.
Alguma alma sabia sábia
Eu sentia, sinto, não é lábia.
Desapego-me, não nego.
Tento. Largo. Agarro.
Sonho. Morro. Amarro.
Mesmo transformando-me
Nessa alma, Penada, calada.
Vagando sem ver o horizonte nítido
Sem uma válvula de escape
Procurando compensar o que sinto
Com o que pressinto com o que sei.
E não havia mais elo algum.
Imagino se houvesse.
Como não poderia tê-lo.
Estava escrito nas estrelas,
E olha que eu pesquisei.
Tarde demais, mas pesquisei.
Pequei. Mas é meu remédio. Não nego.
Mas não, nunca o foi, não era um
Era dois, três, uma família, duas, três
Pensamentos, sentimentos, emoções.
Composições para cinco
Dedos de Adeus, ateus, à Deus.
Sofrido, sentido, calado.
"Você poderia mostrar que não sente nada"
Eu podia ter feito tanta coisa.
Não fiz nada. Você fez. Só fiz esperar.
Queria esperar para melhorar.
Aprimorar. Recriar. Não quebrar.
Socorro!
Alguém me dê um coração
Eu tenho um. Pelo menos sempre tive.
Mas esse já não bate
Sacode-se, estrumbica-se, se agita.
Nem apanha. Apanha, e machuca.
Dói.
Por favor!
Até nisso somos iguais. Até nessa busca.
Uma emoção pequena. Única.
Qualquer coisa!
Não. Não quero qualquer coisa, quero melhor.
Qualquer coisa. Que se sinta...
Quero mais. Não quero mais, quero algo a mais.
Não. Foi muito bom, não é qualquer coisa
Que sirva.
Que valha a pena.
Se fosse qualquer coisa, viva.
Voltaria no tempo, faria tudo de novo
Aceitaria novamente cabisbaixo
Tem tantos sentimentos, não?
Deve ter algum que sirva.
O amor. Que se foi. Se partiu.
E ficou. Continuou igual
Por ondas diferentes.
Noutras vertentes. E eu a queria
Como uma borracha mágica
Para apagar tudo
E escrever de novo, mas não dá.
Não com a mesma letra.
Nem com a mesma caneta.
Nem com o mesmo eu.
Pois este aqui, morreu.
Não ainda.


Oh ego Laevus!

 
Autor
Raul de Oliveira
 
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