Poemas : 

Ilha de Manhattan

 
Ilha de Manhattan

Quando o menino nasceu
no ventre de Manhattan
era o décimo primeiro dia
do nono mês do calendário

Quando o menino nasceu
governado por Mercúrio
era vida contra morte.

Nomeado compreensivo
um mundo tornou possível
para tempo de colheita
na cidade devastada.

(saudamos a diferença
proclamamos o diverso
e oramos pela paz).

No décimo primeiro dia
quando tocaste o planeta
com teus dedos de veludo
vimos teu corpo robusto
de espécie descendente
e o matiz dos teus cabelos negros.

Instante de realidade
poderoso arrimo
plantaste uma haste.

No décimo primeiro dia
memorial de enlutados
alimentaste o humano em fendas
com tua onda de bondade.

Vives em nossa lembrança
és nossa história em larga parte
nós − curvas para o poço de memórias
tu − florido solo eivado

Pequenino broto
à nova semeadura
átimo de teimosia
consagrado a campo desolado.

Quando nasceste
no seio de Nova York
era o 11º dia de um setembro assinalado.

O mundo parou para mirar-te
o tempo registrou teu selo
ou foste apenas vã miragem?





 
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Heloisaprazeres
 
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