,são apenas silêncios

Uma composição divina!
O eu lírico mescla-se
ao real, a gente reflete
e se encontra nos versos.

Vivo tal dilema:

"decidir-me ou morrer-me?"

Parabéns pelo poema!
Abraço.

não há morte na consciência de nós

há fases

ciclos, dirias

momentos
sentires
talvez amores
paixões ou desejo
partilha

seremos sempre nós em estado de escolha
a minha
d'agora
é esse silêncio em que guardo tudo
mostrando apenas o que quero

não porque queira
mas porque temo
porque não sei nada
porque vivo o fascínio da surpresa
quando se trata do comportamento humano

porque escolhi a metade de mim
que está

beijo
e levo

" decidir-me ou morrer-me?"

Gostei muito desta interrogação / dúvida. Acho que cada decisão é morte mesmo... (tautologia) e todos os dias se morre um pouco porque "decidir" é preciso, assim como renascer é preciso... para que haja sombras é preciso que haja luz, as sombras são os silêncios , os vãos , onde a gente se segura firme para não despencar nos abismos que podem/desejam nos atrair ...aquele imenso vazio; aquela indiferença; aquele nada - o tédio do sentir.

Parece que viajei longe, caro poeta... a fruição é sempre um deleite. Muito belo o poema, obrigada!



Um abraço


ALICE

Boa tarde Ricardo, seus versos nos mostram com muita primazia, o quanto é delicada esta nossa passagem pela materialidade, somos equilibristas sobre o fio de uma navalha profundamente cortante, e a nossa butina de proteção não tem capacidade para suportar um sapateado sobre este elemento nocivo, de modos que precisamos ter o poder de decisão se quisermos continuar no pairo, deste "existir", um grande abraço, MJ.