Poemas : 

Sossego para o siriipe - Lizaldo Vieira

 
Sossego para o Siriipe – Lizaldo Vieira
Não bulam com meu rio
Tão calmo
Acanhado
Pueril
Se depender de mim
Não será mais um
Riscado do mapa Brasil
Meu rio também tem alma
Vida em esmero
Comigo fala
Um rio também precisa de calma
Pra sonhar com águas limpas
Claras
Em abundância
É necessário
Ter alma e coração de rio
Boca do rio
Para cantar e se encantar
Com as sereias
Botos
Em irmandade
Guerra sadia
De andorinhas e garças
Em piruetas
Rio Sergipe
Meu pantanal e amazonas
Sejam aqui
Cantos de histórias de pescadores
Caranguejos
Aratu e siris
Moram aqui
Que nunca mais ousem
Maltratá-lo
Apartá-lo
Polui-lo
Destrui-lo
Impedir suas correntes
De serem livres
Vivas
Porquanto
Pedras sobre pedra
Uma há de dar na cabeça
Do infeliz
Proprietário de nada
Nem das águas
Tampouco das margens
Das nascentes
Ou da foz
Rio de Zé Peixe
Quer simplesmente andar vivo
Sem pedir passagem
Pra remar e navegar
A partir da nascente
Jusante
Pra ser largo
Profundo
Viajante do mundo
Porto seguro
Do povo moreno
Que aqui aportou
Serigi
Japaratuba
Xokó Caxagó
Caxagó
Pacatuba
E quando tudo lhe parecer
Sem jeito
Olhe como ele fala com você
No ventinho vindo lá dos fins
O azulzinho espelho
Pra lua se embelezar
E orgulhar-se
Do beijo caliente
Com gostos e sabores
Da rua da frente


Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...

 
Autor
Lizaaldo
 
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