Velhas são
as Esperanças,
cheias d'ilusões,
rasgadas,
que em
lânguidas noites,
salgadas,
sepultam
os Corações!
Meias-luas
de solidão!
Assim os olhos,
que inundam
o coração ...
Dois altares
d'ilusão,
dois padres
com promessas,
sem Vida,
nem perdão!
E que é
feito do
Ceu?!
É noite
no meu peito!
E a noite
cobre-me
como um véu!
Alguém chora!
Noite!
Só noite!
Não mais
que noite,
dentro e fora!
Não posso ...
Mas como posso
não poder?! ...
Ontem ...
Agora ...
Haverá algo
a fazer?!...
Além de perder,
chorar, sofrer,
haverá alguém
a quem Amar?!
E que é feito
do Céu?!
Que é feito
do Mar?!
É noite no
meu peito!
Rasgou-se
o véu...
Ai do Coração,
já sem dor
nem ilusão ...
Perdão, Senhor!
Perdão!
Ricardo Louro
no Chiado
em Lisboa
Ricardo Maria Louro