Sombras de Mim
Sou aquilo que você me faz,
um papel que me força a fazer
as coisas que me pego a dizer,
sou a sombra das tuas vontades.
Eu sou nada para mim,
como nada eu sou
pra ninguém,
porque eu sei: não sou assim.
Como posso não ser o que sou?
Nem eu sei... sou face e face,
como o sol e a lua,
sou todo disfarce.
Multiplico minhas faces com a face tua,
sou todo um abraço cruel,
desatenta calçada,
sou nada,
escorregadia, cansada.
Eu esboço um mundo de cores,
no papel descrevo as dores,
os sorrisos, os risos; eu desenho as flores.
E, em todas as noites, ensanguentada sombra,
sou a sombra que segue calada.
Alexandre montalvan
        
             
    
    
 
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