Poemas : 

soneto do amor e lágrimas

 
“ O meu ânimo assim, que treme ansioso,
Volveu-se a remirar vencido o espaço
Que homem vivo jamais passou ditoso.

Tendo já repousado o corpo lasso,
Segui pela deserta falda avante;
Mais baixo sendo o pé firme no passo.”

A Divina Comédia - Inferno - canto I




Em tudo, sempre direi que amo, mesmo na tempestade perseguido,
tristezas n’alma, eterno devedor, na marcha deveras transtornado;
pode haver a separação, será breve apenas, não restarei condoído,
com todo este amor - quem proíbe? Dessa ameaça estarei vedado?

Sabes que sou grato por isso, deixas então que siga a vida avante;
estou agora no jardim de tua alma, como oásis minha sede sacia.
Quando distante do lagar preparando doce vinho, eu caminhante
me torno; num embriagar-me de ti, o vinho desse amor será o guia.


Mas, se por desgraça maior, vierem lágrimas num turno segundo,
milagrosamente, em primeira mão, onde tu e eu – um amor dura,
permanece depois de encontro reconciliado, transcende o mundo.

Julgas que meu coração treme de medo se ser ridículo? Do gozo
desse teu amor sempre uma promessa, brilha esperança, ventura,
finjas deixar o fogo desta paixão dormindo, regozijo tão ditoso.





 
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shen.noshsaum
 
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