Se me falassem em imortalidade
Há um tempo atrás
Com certeza riria.
Por que tento
A cada noite
Achar-me em um copo de sangue?
Entre cinzas e caixões
Este mundo não me pertence!
Apenas estou entorpecido
Poucos sabem o que é viver
Com uma besta assassina
No seu mais profundo
Âmago
Se almeja esta existência
Primeiro dê-me à redenção
Deixe que o sol
Novamente toque minha pele,
Faça com que a natureza
Aceite-me novamente
Como seu filho,
Torne-me um servo de Deus
Que em sua infinita sabedoria
Concedeu-me nada mais
Nada a menos
Que o inferno
Liberte-me para que eu possa
Sentir um corpo desejando-me,
Envolvendo-me
E possa amá-lo para toda vida
Estes são apenas sonhos
De um decadente
Que vê a cada instante
O pouco que há de si
Evaporar-se.
Não existe mais sensação
Nem humanidade
Agora e para sempre
Só estou voltando
Para minha própria
Escuridão!
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