Se provares dos meus sentidos
Que venhas com a intensidade das marés!
Ora calmas e refugiadas, ora destemidas
Encontrando à porta do meu beijo
Os devaneios dos teus pecados!
Ledalge
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Prova-me o sentido da boca nata!
Num tilintar de cristais finíssimos
Num mar com tranças azuis...me tragas
A tua insensatez ante os meus gemidos!
Prova-me o suor em sal e brasa!
E devoras a palidez dos meus anseios
Na combustão que faz a alma exorcizada
Nos lençóis de linho dos teus beijos!
Prova-me a conduta e a amarra!
A mordaça e a soltura do grito...
E tenhas, enfim de mim a chave
Que abrirá a porta e suave
Será a resposta que virá sem mito,
Sem fronteiras frias em minhas garras!
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)